sobre livros e a vida

10/07/2016

Tá Na Estante :: ‘O Último Adeus’ #551

Oi, gente. Tudo bem?

Final de semestre foi uma loucura e minhas leituras atrasaram demais. Mas na última sexta concluí um livro maravilindo, que recebi de parceria com a DarkSide Books, e hoje vim contar pra vocês o que achei. Vamos conferir?!

Livro: O Último Adeus
Autora: Cynthia Hand
Editora: DarkSide Books
Páginas: 352
Sinopse: “Desculpa, mãe, mas eu estava muito vazio.” – Tyler.
A autora de fantasia que está encantando leitores com a força de sua escrita lança seu primeiro romance contemporâneo – uma trama comovente e impactante situada nos dias de hoje. Depois de sucessos internacionais como a saga Sobrenatural, Cynthia Hand demonstra todo o seu talento numa história sobre perda, culpa e superação. O Último Adeus é narrado em primeira pessoa por Lex, uma garota de 18 anos que começa a escrever um diário a pedido do seu terapeuta, como forma de conseguir expressar seus sentimentos retraídos. Há apenas sete semanas, Tyler, seu irmão mais novo, cometeu suicídio, e ela não consegue mais se lembrar de como é se sentir feliz. O divórcio dos seus pais, as provas para entrar na universidade, os gastos com seu carro velho. Ter que lidar com a rotina mergulhada numa apatia profunda é um desafio diário que ela não tem como evitar. E no meio desse vazio, Lex e sua mãe começam a sentir a presença do irmão. Fantasma, loucura ou apenas a saudade falando alto? Eis uma das grandes questões desse livro apaixonante. O Último Adeus é sobre o que vem depois da morte, quando todo mundo parece estar seguindo adiante com sua própria vida, menos você. Lex busca uma forma de lidar com seus sentimentos e tem apenas nós, leitores, como amigos e confidentes.

Alexis Riggs é uma nerd da matemática. Os números para ela são fáceis de entender, mas nada consegue explicar o buraco que surge em seu peito algumas vezes ao dia. Há pouco menos de dois meses o irmão mais novo da menina, Ty, se matou na garagem de casa com um tiro de espingarda. Lex não sabia o motivo, nenhum bilhete foi deixado, apenas um post-it no espelho com a pequena frase “Desculpa, mãe, mas eu estava muito vazio”.
A vida de Lex virou de cabeça para baixo com o suicídio do irmão. Ela ficou taxada na escola como “a irmã do garoto que se matou” e não sabe muito bem lidar com isso. Além disso, após a tragédia, Lex terminou seu namoro e afastou-se dos amigos. Ela não quer que sintam pena dela e a confortem, quer apenas tentar seguir sua vida e focar na sua entrada na faculdade, o que a faz parecer fria, já que não chora mais a morte do irmão.
Toda semana a jovem se consulta com um terapeuta. Para Lex, toda sessão é um tormento, já que não quer externar seus sentimentos para ninguém. Já basta ver a mãe se tornar a sombra do que foi um dia e sofrer diariamente pelo filho perdido, dizendo até ter sentido sua presença na casa. Lex não quer o mesmo para si. Por mais que amasse Ty. E é aí que seu terapeuta sugere que ela comece a escrever em um caderno. Não um diário, mas um lugar para a menina despejar suas lembranças do irmão e tudo aquilo que a sobrecarrega constantemente.

Certa noite, enquanto assistia televisão no porão, Lex sentiu o cheiro da colônia de Ty no ar e quando virou-se, pôde jurar ter visto Ty ao pé da escada. Sua reação foi jogar o celular na aparição, mas obviamente só acertou a parede e quebrou a tela do dispositivo. Estaria ela ficando louca? Ou será que Ty é mesmo um fantasma que voltou para cumprir alguma missão?

Conforme os dias passam, a incerteza sobre a noite em que viu Ty ronda a mente de Lex. Até que acontece mais uma vez. Enquanto visita o quarto do irmão, Lex enxerga a silhueta de Ty no espelho. Seu instinto é correr porta afora para o frio, mas quando percebe o quão ridícula está sendo, volta para casa e encontra algo. No quarto de Ty, uma gaveta – que ela não tinha certeza se estava aberta antes – contém um envelope, uma carta, destinada a Ashley.
Lex não sabe quem é Ashley, apenas que é a garota que Ty levou para o baile. Deveria a jovem entregá-la ao destinatário? Assim, Lex sai em uma busca para encontrar a Ashley certa, mas quando a encontra, não sabe como reagir. O que será que essa carta contém de tão importante? Seria Lex capaz de abrir mão de algo tão íntimo de Ty?
Aos poucos, Lex vai entrando em um dilema, sobre se deve ou não contar a verdade para Ashley. O que será que realmente aconteceu entre a líder de torcida e Ty? Por que eles terminaram? Seria ela o motivo dele ter se matado?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
Quando vi que a DarkSide ia lançar esse livro pelo selo Dark Love, nem deixei Barb ou Well pensarem, falei que ele seria meu e pronto, antes mesmo de saber sobre o que se tratava a história. Li um livro da Cynthia alguns anos atrás e me apaixonei por sua escrita, por isso sabia que com O Último Adeus não seria diferente. E não foi mesmo.
A narrativa de Cynthia Hand é leve e fluida, mesmo com o livro tratando de um tema tão pesado que é o suicídio. Logo nas primeiras páginas a autora conseguiu me prender na trama e me fazer criar uma conexão com a protagonista. O livro segue linearmente, alternando com trechos do caderno de Lex, que falam um pouco sobre sua vida com Ty, antes da tragédia, e amei a forma como Cynthia desenvolveu isso.
O livro é narrado em primeira pessoa, sob a perspectiva de Lex. Nossa protagonista é uma garota forte, que está tentando seguir com sua vida após o suicídio do irmão. Porém, de alguma forma que vamos descobrindo no decorrer da trama, Lex sente-se culpada pelo que aconteceu. Não só por não ter percebido os sinais ou não ter impedido. Algo aconteceu na noite em que Ty se matou e Lex se culpa.
Os outros personagens da história não tiveram tanto destaque, mas uma que me surpreendeu bastante foi Sadie. Lex e Sadie foram melhores amigas na infância, mas o destino as afastou depois de algum tempo. Só que Sadie viu Lex correr no frio na noite em que ela enxergou Ty no espelho e isso acabou reaproximando as duas, pois Lex pode confiar à amiga tudo aquilo que passava dentro dela e Sadie se propôs a ajudá-la a entender o que acontecia. Um forte laço que se recriou.
Antes de começar a ler o livro, vi várias pessoas afirmando que morreram chorando enquanto liam e quando percebi que faltavam menos de cinquenta páginas pra acabar a história e ainda não havia derramado uma única lágrima, comecei a me perguntar o que havia de errado comigo. Mas aí chegou um certo momento que parar de chorar foi praticamente impossível. 
Cynthia desenvolveu o final de uma forma tão única e desoladora, que as lágrimas começaram a correr e não pararam mesmo depois de eu ter virado a última página. A autora fechou todas as pontas e mostrou o real sofrimento por dentro de Lex e senti exatamente o que a protagonista sentia, como se estivesse acontecendo comigo naquele momento. Foi impossível não me emocionar e amei cada instante de tudo isso.
Nos agradecimentos, Cynthia Hand conta o que a levou a escrever essa história. Em 1999, quando a autora tinha 20 anos e estava na faculdade, seu irmão mais novo – na época com 17 anos – se matou e o livro foi uma forma de ela alcançá-lo e matar a saudade. Hand deixa claro que ela não Alexis e seu irmão não é Ty. Ela só queria escrever uma história que pudesse ajudar quem passasse por uma situação parecida.
Sobre a edição física do livro, dizer que a DarkSide arrasou nem é mais necessário. A capa é bem simples, mas condiz bastante com o contexto do livro. O que achei mais incrível foi que a fonte é azul, como se o livro tivesse sido todo escrito com caneta. Além disso, a diagramação conta com uma página rabiscada todo momento em que um trecho do diário será inserido. As páginas são amareladas, a revisão está impecável e temos o lindíssimo marcador de cetim, dessa vez da cor azul.
O Último Adeus não é um livro que fala sobre perdas, mas sim uma obra que retrata como viver depois delas sem esquecer daqueles que partiram. Emocionante e belo, o livro leva cinco estrelas e o título de favorito. Com certeza recomendo a leitura a todos. Não existe como não se envolver e se apaixonar.

Beijos e até a próxima!

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