Hey Folks!
Como vocês devem ter percebido, essa semana um velho projeto meu ganhou vida no blog. Hoje é dia 31 de Outubro, então tranquem as portas e apaguem as luzes. Mas não sintam medo. Embarquem comigo na história do Halloween!
Para entendermos um pouco mais da festividade que hoje chamamos de Halloween, temos que retroceder bastante no tempo, até a antiga Europa habitada pela sociedade celta.
Os Celtas
Segundo tradições, o povo celta dividiu seu ano em duas partes: a parte da luz e a parte das trevas. A história do Halloween começa aí. Uma das datas mais importantes na cultura celta era o Festival da Colheita, também chamado de Samhain, comemorado no dia 31 de outubro. Os celtas acendiam fogueiras nessa data, em uma oração para que a colheita fosse boa e produtiva, para que os alimentos obtidos com ela durassem todo o inverno. Também nessa data acontecia a passagem da metade da luz para a metade das trevas.
Um dos aspectos mais importantes da comemoração era a sua permeabilidade, a flexibilidade do tempo e do espaço nessa época. Durante a colheita os dias eram mais curtos e as noites, mais longas. Não só o espirito dos mortos, mas do passado e de outras épocas podiam vagar pela realidade da época e os humanos podiam entrar e se perder no outro mundo também. O Samhain era marcado pela linha tênue entre a vida e a morte.
Os Morcegos
Origem Cristã
Doces ou Travessuras
A Igreja também ajudou a estabelecer a tradição do “Doces ou Travessuras”.
Em um Dia de Finados na Idade Média, um padre pediu para que seus fiéis rezassem para as almas presas em um mundo intermediário, conhecido como Purgatório. O Purgatório não era um lugar agradável. Não era tão ruim quanto o Inferno mas era igualmente assustador. Felizmente as pessoas podiam interceder pelas almas presas neste lugar, bastando apenas rezar por elas. De acordo com a Igreja Católica, se os fiéis rezassem bastante poderiam enviar uma alma para o céu.
E isso nos leva à um costume que pode ter sido o antecessor do “Doces ou Travessuras”. As crianças saiam de porta em porta pedindo o bolinho das almas, uma espécie de muffin de uvas passas. Em troca, elas se ofereciam para rezar pelas almas do Purgatório.
Bruxas e Gatos
Na Idade Média fazia total sentido acreditar que existiam seres como bruxas e demônios, e que todo o mal do mundo era causado pelos mesmos. Portanto, também fazia sentido caçá-los e acabar com eles.
Uma histeria coletiva no século XVI ajudou a confirmar a suposta aparência das bruxas, que para a maioria das pessoas é o ícone do Halloween. Geralmente mulheres, elas eram vistas como ajudantes de Satã.
Normalmente eram curandeiras, viviam sozinhas e eram meio excêntricas. As lendas foram passando oralmente ao longo das gerações. Em algum ponto isso começou a levantar suspeitas entre os religiosos com quem conviviam. Muitos dos utensílios utilizados por essas mulheres se tornaram símbolos associados à bruxaria.
Uma simples vassoura passou a ser instrumento de maldade, bem como um meio de transporte. O caldeirão, um artefato presente em praticamente todas as cozinhas, passou a ser visto como instrumento para preparo de malignas poções. Já o chapéu pontudo é uma variação dos chapéus utilizados pelas mulheres do campo na era medieval.
E é claro, temos traiçoeiro e misterioso companheiro de olhos brilhantes: o gato. Não surpreende que gatos sejam associados à bruxas. Eles são meio enigmáticos e sempre ficavam perto do fogão à lenha e das vassouras.
Fantasmas
Em meados do século XIX, os Estados Unidos ganharam uma festa um pouco mais estranha depois de 4 longos anos de Guerra Civil. Haviam tantos corpos irreconhecíveis nos campos de batalha da guerra que o país ficou obcecado pela morte. Grande parte dos soldados foi enterrada sem identificação, ninguém sabe o que aconteceu com eles. E a população acreditava que eles poderiam voltar, que talvez não estivessem mortos.
As primeiras histórias de fantasmas eram sobre soldados que voltavam para casa. Foi mais ou menos nessa época que o Halloween teve início nos Estados Unidos.
Os tão conhecidos lençóis brancos, através dos quais muitas vezes são retratados, fazem uma alusão à mortalha, que era um pano branco utilizado para enrolar os mortos antes de os enterrarem.
Macabro, não?
Lanterna de Abóbora
A lanterna de abóbora, uma das marcas registradas do Halloween, começou como uma antiga tradição européia, porém a primeira versão não foi esculpida em uma abóbora.
Existe uma lenda sobre um homem apelidado de Jack Miserável. Jack era um encrenqueiro, e foi um homem tão ruim que conseguiu ser expulso do Inferno, o que não é muito fácil de se conseguir. Mas o Diabo teve pena dele, e lhe deu uma brasa de carvão tirada do fogo do Inferno, para que ele se guiasse.
Jack pegou a brasa e colocou dentro de um nabo oco e saiu andando por aí. Foi assim que surgiu a lenda de Jack e a lanterna.
Nos Estados Unidos, a tradição da lanterna foi modificada. O nabo do velho mundo foi substituído pela abóbora, maior e mais macia. A colheita de abóbora geralmente acontecia na época do Halloween e as crianças perceberam que a lanterna de abóbora seria uma ótima ferramenta para pregar peças umas nas outras.
Depois de discursar sobre um dos meus temas favoritos, eu me despeço de vocês nesta noite de 31 de Outubro. Espero que eu tenha esclarecido pelo menos um pouquinho das origens desse imenso festival comemorado nos Estados Unidos.