sobre livros e a vida

17/09/2014

Tá Na Estante :: “It – A Coisa” #300

Oi, gente. Tudo bem?

Estou de volta com mais um post para vocês, especialíssimo para a Semana Stephen King. O escolhido de hoje foi o último livro a ser lançado (ou relançado) aqui no Brasil. Vamos conferir?!

Livro: It – A Coisa
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 1104
Sinopse: Nesse romance o mestre do terror nos leva de volta ao tempo em que acreditávamos mais em nossa imaginação, em nossos sonhos e também em nossos pesadelos… Junho de 1958. Derry, pacata cidadezinha do Maine. Início das férias de verão. Para Bill, Richie, Eddie, Stan, Beverly, Mike e Ben, sete adolescentes que, pouco a pouco, se tornam amigos inseparáveis, este será um verão inesquecível. Um tempo em que vão descobrir o doce sabor da amizade, do amor, da união. Uma época em que vão provar o gosto amargo da perda, do medo, da dor. Este será um ano inesquecível. Terrivelmente inesquecível. O ano em que vão conhecer a Coisa, a força estranha e maligna que vem deixando um rastro de sangue na calma Derry. O ser sobrenatural que apresenta um apetite especial por inocentes crianças. Maio de 1985. O tempo passou deixando suas marcas em cada um deles. Já não são mais crianças. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir novamente suas forças. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. Apenas eles podem vencer o poder maléfico da Coisa.  

Tudo começou quando, em uma tarde chuvosa, o pequeno George Denbrough saiu para brincar com seu barco de papel, feito pelo seu irmão mais velho. Instantes depois de ter saído de casa, George é encontrado morto, mas uma peculiaridade chama a atenção das autoridades: seu braço havia sido decepado. Equipes são designadas para encontrar o assassino, mas nenhuma pista é encontrada e logo o caso é esquecido por todos.

Bill Denbrough, também conhecido como Bill Gago, sente-se culpado pela morte do irmão, mesmo meses após seu assassinato. Em sua casa o clima não é dos melhores, pois os pais se tornaram sombras do que eram antes da perda do caçula. Seu único consolo são seus amigos, principalmente Eddie Kaspbrak, com quem passa suas tardes brincando no bosque.

Bill e Eddie estão tentando construir uma represa no rio e isso é o que os aproxima dos outros garotos, que mais tarde viriam a formar o Clube dos Perdedores. Ben Hanscom, Beverly Marsh, Richie Tozier, Stan Uris e Mike Hanlon logo se juntam ao grupo e uma forte amizade cresce entre eles, que passam o verão inteiro fugindo das maldades do valentão Henry Bowers.

Uma onda de assassinatos caiu sobre a pacata cidade de Derry, Maine. Todas as vítimas são crianças e foram encontradas nas mesmas condições de George, com algum de seus membros arrancados. Logo inicia-se um rebuliço na cidade, as autoridades anunciaram um toque de recolher e a população fica extremamente assustada, pedindo que as crianças evitem sair de casa, mas quando necessário saírem em grupo.

O Clube dos Perdedores passa suas tardes brincando no Barrens, mas não apenas isso. Cada um dos sete jovens teve contato diferente com um ser maligno, o palhaço Pennywise, que assume a forma daquilo que eles mais temem (quase como o bicho-papão de Harry Potter). Pennywise pode ser quem está por trás das mortes, já que faz de tudo para matar as crianças… de medo.

Os sete decidem dar um fim ao monstro. Liderados por Bill, que deseja vingança pela morte do irmão mais novo, eles saem em uma busca incessante para destruir o palhaço e livrar Derry desta maldição chamada de A Coisa. Eles acreditam conseguir isso, mas fazem uma promessa que, se um dia Pennywise retornar, eles voltarão, de onde estiverem para destruí-lo novamente, mas dessa vez para sempre.

27 anos depois, nenhum dos jovens tem lembranças concretas do seu encontro com A Coisa. Bill virou um exímio escritor de livros de terror e agora está trabalhando na adaptação de uma de suas histórias para o cinema. Bev é uma importante estilista, Ben um grande arquiteto, Richie é um radialista, Eddie possui um negócio de limusines… todos tem algum emprego que lhes rende muito dinheiro e todos cresceram longe de Derry, exceto Mike.

Mike Hanlon foi o único a permanecer em Derry. Ele é o novo bibliotecário da cidade e usa desse ofício para pesquisar sobre a cidade e sobre A Coisa. Quando uma nova leva de assassinatos cai sobre a cidade, Mike tem certeza que Pennywise está de volta e que chegou a hora de ligar para seus amigos e pedir para retornarem, pois eles precisam cumprir a promessa que fizeram anos antes e eliminar de vez A Coisa.

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler.

It foi o segundo livro de Stephen King que eu li. Sempre ouvi falar que Pennywise era assustador e que muitos desenvolveram fobia à palhaços após conhecê-lo. Quando soube que a Suma de Letras lançaria uma nova edição do livro, tratei de solicitar o meu e me preparei emocionalmente para suas 1104 páginas, que demorei uma semana para ler e ao finalizar clamei por mais.

Stephen King não é chamado de Mestre do Terror à toa. Nesse livro eu realmente descobri seu lado sombrio. King escreve para nos meter medo mesmo, um terror extremamente psicológico, que faz você se esconder sob o cobertor com medo, mesmo em uma noite que está fazendo trinta graus (não que eu tenha feito isso, claro).

Pensei que acabaria desistindo da leitura na metade. Um livro com mais de mil páginas e uma escrita extremamente descritiva não é bem o que estou acostumado a ler, mas resolvi ousar e nem percebi o avançar das páginas. Embora King nos dê muitos detalhes, alguns não tão significantes, o livro não fica monótono em momento algum.

Minha única ressalva ao autor é uma característica que encontrei em todos os livros dele que li: ele nos dá spoilers. Quando somos apresentados a algum personagem, logo descobrimos qual sua profissão, com quem vai casar, quando e como vai morrer, mesmo que isso vá acontecer dali 30 anos. Em alguns casos, ele já nos conta que “fulano de tal” não vai sair vivo. Isso deveríamos descobrir quando lêssemos mais para frente, mas sabendo de antemão a curiosidade diminui um pouco (ou aumenta, caso queiram saber como será essa morte).

Os personagens foram muito bem construídos. Stephen nos faz criar empatia com todos eles e é impossível você não se identificar com ao menos um deles. Mas lembrem-se: King mata sem dó nem piedade. Você pode estar amando um personagem pra ele morrer 50 páginas à frente.

Sem sombra de dúvida meus personagens favoritos foram Bill, Ben e Bev. Bill sempre foi o líder do grupo, um exemplo de coragem e determinação. Ben sofria bullying por ser gordo e conseguiu dar a volta por cima, nunca se deixando abater pelas ofensas dos outros. Bev sofria muito nas mãos do pai agressivo e quando adulta se casou com um homem que é praticamente um espelho do pai, mas também não se deixou abater e protagonizou uma das minhas cenas favoritas do livro.

Pennywise deu um show à parte. Por mais que eu tenha morrido de medo dele e hoje não consiga passar em frente ao McDonald’s por isso, gostei muito do palhaço. Isso faz algum sentido? Ele é um personagem extremamente cativante e suas atrocidades alcançam um nível extremo. É um dos meus vilões favoritos, com toda certeza.

It foi adaptado para as telonas em 1990, mas o filme é uma porcaria sem tamanho. Mesmo tendo 3 horas de duração, ainda fizeram alterações e cortaram partes extremamente importantes. Foi uma tristeza assistir o longa e não ver minhas cenas favoritas do livro lá. As poucas que apareceram foram cortadas ou alteradas. Mas ainda tenho esperanças que a nova versão que a New Line está fazendo seja fiel ao livro.


A tradução feita por Regiane Winarski ficou perfeita. Como disse a vocês, King tem uma escrita peculiar e ela conseguiu traduzir sem tirar a essência do livro, além de captar todas as referências do autor a fatos históricos dos EUA. Amei demais.

A Suma de Letras também está de parabéns. Essa capa da nova edição é simplesmente perfeita, uma das minhas favoritas de toda a estante. A diagramação é simples e o trabalho de revisão está impecável, não encontrei nenhum erro de digitação. O mais legal é que as folhas são amareladas. Pensei que seriam brancas, devido ao número de páginas, mas a Suma manteve o padrão e esse é um dos motivos do livro ser tão caro.

Já falei mais do que devia (como sempre) então vou ficando por aqui. It não levou cinco estrelas, mas com certeza se tornou um dos meus livros favoritos. Novamente não posso recomendar o livro a todos, pois o detalhamento excessivo pode não agradar todo mundo, mas àqueles que já estão morrendo de vontade de ler o livro, se joguem, vale muito a pena.

Agora me despeço com um gif maravilhoso que encontrei por aí…

Você quer um balão?

Tenham uma boa noite, hahahahahaha.

BEIJOS E ATÉ A PRÓXIMA!
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