sobre livros e a vida

10/10/2014

Tá Na Estante :: ‘ A Última Chance ‘ #315

Hey Galerinha!

Como estão hoje? Animados para mais uma resenha? Espero que sim, pois hoje venho conversar com vocês sobre um livrinho lançado recentemente pela Verus Editora. Vamos conferir?

Livro: A Última Chance
Autora: Karen Kingsbury
Editora: Verus
Páginas: 336
Sinopse: Ellie tem quinze anos e um melhor amigo e amor chamado Nolan. Um dia antes de Ellie se mudar para o outro lado do país com o pai, ela e Nolan escrevem cartas um para o outro e as enterram debaixo de um velho carvalho. O plano é se reencontrar no mesmo lugar dali a onze anos para ler o que cada um escreveu apenas para o improvável caso de eles perderem contato. Agora, conforme a data se aproxima, muita coisa mudou. Ellie abandonou sua fé e luta para criar a filha sozinha. Na correria do dia a dia, ela sempre encontra tempo para ver na TV seu antigo amigo Nolan, hoje um famoso jogador profissional de basquete, cuja fé em Deus é conhecida pela nação inteira. O que poucos sabem é que as perdas que ele sofreu na vida pesam em sua alma. Mesmo com toda fama e sucesso, Nolan se sente sozinho, assombrado pelo vazio que domina seu coração desde que sua melhor amiga foi embora. Tanto para a desiludida Ellie quanto para o intenso Nolan, o reencontro é mais do que uma promessa de adolescência é a última chance de descobrir se é tarde demais para se entregar ao amor. Em A última chance, Karen Kingsbury nos brinda com uma história sobre perdas dolorosas, o poder da fé e as feridas que somente o amor pode curar.

A Última Chance é o tipo de livro que nos chama a atenção desde o momento que batemos o olho nele. Capa bonita, sinopse atrativa. Tudo o que nós, pobres leitores, precisamos para nos apaixonar logo de cara por um livro e que nos faz necessitar lê-lo.
Acho que podemos separar esse livro em duas partes: o antes e o depois. Desse modo ficará mais fácil para eu explicar um pouco da história e expor minha opinião a respeito. No “antes”, conhecemos Ellie, uma adolescente de quinze anos que vive atormentada pelos problemas familiares.
Conhecemos também Nolan, seu melhor amigo. Ellie e Nolan são carne e unha: inseparáveis. Nolan até brinca com a ideia de casar com Ellie algum dia em seu futuro. Mas nem tudo são flores para esses dois.
Ellie acaba de descobrir que sua mãe está grávida e que seu pai não é o pai do bebê. Diante da traição da esposa, o pai de Ellie não vê outra alternativa a não ser mudar de cidade para não ter que conviver com tamanha decepção.
E, diante da despedida e separação iminentes, Ellie e Nolan escrevem cartas um para o outro e enterram sob a árvore favorita dos dois. O acordo era que eles iriam se reencontrar dali a onze anos para ler a carta um do outro.
Porém, durante esse tempo os dois perderam o contato. E logo temos o “depois”. Muita coisa mudou desde que Ellie e Nolan se separaram quando tinham quinze anos. Nolan agora é um jogador de basquete profissional nacionalmente conhecido. Ellie é uma mãe solteria que luta para sustentar a filha.
Desde que se mudou da cidade com o pai, Ellie nunca mais teve contado com a mãe. E logo corta a relação com o pai também. Mas sempre arranja um espaço em sua vida para assistir os jogos do seu antigo amigo de infância.
A minha sensação ao ler A Última Chance foi de total e completo desapontamento. Ao longo desses anos em que venho analisando mais criticamente os livros que leio, encontrei muitas histórias com um potencial tremendo e que infelizmente não foram bem escritas ou bem desenvolvidas.
A temática abordada do livro fica muito clara durante a leitura: fé, perdão, exorcizar nossos demônios passados e conquistar o tão esperado “felizes para sempre”. E, se pararmos para analisar isso melhor, não é nada tão inovador ou inédito. Para mim, já é um tema batido e que ficou extremamente chato de tanto ser explorado.
O método de escrita da autora também não me agradou muito. Por ser um livro extremamente pessoal, que trata de dramas pessoais, esperava uma narrativa em terceira pessoa. Mas o livro é todo em primeira pessoa. Isso atrapalhou um pouco na construção dos personagens, ao meu ver, pois não conseguimos sentir a profundidade emocional de cada um.
Outro elemento que realmente me incomodou é a menção constante à religião. Nada contra, eu até fui criada dentro do catolicismo, mas acho que forçar suas crenças em seus leitores do modo que Karen Kingsbury fez nesse livro é desnecessário. Chega a ser forçado, falso, apelativo demais a ponto de ser cansativo.
Poderia ficar aqui por uma eternidade falando dos elementos que me incomodaram durante a leitura de A Última Chance, mas acho que já expressei razoavelmente bem a minha opinião sobre a história. Então, me resta contar um pouco sobre o trabalho realizado pela editora. Como disse anteriormente, a capa desse livro é uma obra prima! É o tipo de capa que te transmite paz, uma calma interior. Esse foi um dos principais motivos para que eu escolhesse esse livro para ler.
A diagramação interna é simples, nada de especial. As páginas são no bom e velho tom amarelado que é tão agradável para nossos olhos. A mudança de capítulos é sinalizada por números ornados com uma pequena folha de árvore. Revisão impecável, como já é de costume da Verus Editora.
Finalizando: recomendaria o livro somente para aquelas pessoas extremamente religiosas. Caso contrário, pode acontecer com vocês o mesmo que aconteceu comigo. Afinal, o livro inteiro é uma baboseira religiosa e repetitiva que realmente cansa o leitor.
Me despeço de vocês, como sempre, com uma citação de A Última Chance. E se alguém aí já leu esse livro, me digam se sentiram o mesmo que eu, okay?
Quando caiu no sono naquela noite, Ellie não rezou como costumava fazer. Rezar não a tinha levado a lugar nenhum. Não fizera seu pai mudar nem fizera com que Nolan escrevesse para ela. Talvez assim fosse melhor. A nova Ellie exploraria a vida sozinha, sem Deus.
BEIJOS E ATÉ A PRÓXIMA!
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