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04/04/2019

Na Telona :: ‘Shazam!’

Filmes de heróis são a grande febre entre o público hoje em dia. Cada vez mais podemos perceber inúmeras pessoas consumindo esse tipo de conteúdo, seja ele ligado ao mundo das histórias em quadrinhos ou não.

A DC Comics, depois de inúmeras críticas por parte do público e da crítica especializada referente ao seu tom mais épico e sombrio, principalmente em “Batman vs Superman”, um dos filmes mais polêmicos do gênero que até hoje divide muitas opiniões, necessitava uma repaginada nas suas abordagens.

Depois de alguns fracassos como Esquadrão Suicida e Liga da Justiça o estúdio foi se reestruturando e chegamos em uma nova fase na qual percebemos uma evolução significativa, tendo como fator específico a mudança de tom de seus longas, onde ainda lá em “Mulher Maravilha” já vimos uma luz e com Aquaman chegamos ao ápice, mas onde entra Shazam nessa história?

É inegável que a grande rival da DC Comics, a Marvel, está um passo à frente no seu universo, estabelecendo filmes que mesclam muito bem as personalidades de seus personagens, com histórias conectadas e bem estruturadas, sempre com um humor característico.

Logicamente vemos que houve uma adaptação seguindo a famosa “Fórmula Marvel”, no qual Shazam se estabelece muito bem nessa estrutura, sendo um filme mais leve e descompromissado, fazendo assim com que mais pessoas sejam atraídas a prestigiar o longa, alcançando um público mais amplo.

O filme consegue usar bem essa fórmula e nos entrega uma história que consegue transitar entre o drama do protagonista Billy Batson (Asher Angel) que vive seu dilema particular, sendo um garoto de 14 anos com traumas do passado e por conta disso acaba virando um garoto amargurado, mas nunca perdendo sua alma de garoto e o humor.

Isto é o ponto central e a grande virtude do filme, funcionando muito bem como foco central, não apenas como um alívio cômico, que faz com que ocorra diversas referências ao universo DC, principalmente na figura do irmão adotivo e melhor amigo Freddy Freeman (Jack Dylan Grazer) um aficionado por super heróis.

Freddy serve como mentor para Billy, tanto ele no corpo de criança, mas também como adulto já designado como Shazam e na pele de Zachary Levi, que consegue absorver a alma de garoto entregando uma interpretação com enorme carisma que conduz o filme ao um outro patamar.

Sua relação com Freddy além de divertida soa super natural, nos fazendo criar uma grande simpatia pelos protagonistas, proporcionando ao público certamente as melhores cenas do longa. O mesmo serve para a família adotiva de Billy que é a base do filme e é composta por integrantes de diferentes características que quando vemos em cena nos fazem sentir bem com a dinâmica estabelecida. Todos tem uma personalidade específica, o que ajuda a criarmos empatia pelos personagens.

Esse lado mais família e bem-humorado do filme é contraposto com algumas suaves referências ao gênero horror, nas cenas de origem do herói que tem toda uma questão mitológica por trás e principalmente no grande antagonista do filme o Dr. Silvana (Mark Strong) que tem sua história muito bem abordada durante o longa com direito a um plot twist que pegou o público de surpresa.

Sua interpretação soa sempre imponente e inúmeras vezes ele consegue demostrar esse poder em cena, sendo um vilão com uma boa motivação, algo que a DC vinha pecando em outras produções. O roteiro do filme é bem amarrado, tem espaço para todos os personagens serem bem explorados.

A apresentação do protagonista como herói é um pouco demorada e mostrada de uma forma muito rápida sem tanta explicação, mas mesmo sendo algo bem superficial, não atrapalha a experiência, assim como algumas piadas que lá para o terceiro ato ficam um pouco genéricas e repetitivas.

Porém, o filme consegue superar esses pequenos obstáculos entregando uma história super divertida, mas não deixando de tratar de assuntos sérios que nos deixam emocionados e em alguns momentos tensos com as situações apresentadas em cenas.

Não temos nenhuma cena de ação memorável no filme, mas elas servem bem para mostrar a imaturidade por trás das atitudes do Shazam, que não entende ainda muito bem o que é ser um herói, até por ser um garoto, o que é perfeito, pois mostra que diferente de outros heróis ele não vê os poderes como uma maldição, mas sim como algo positivo que faz dele especial.

Shazam mostra que a DC Comics está dando mais um passo rumo a estabilidade de seu universo com um filme declaradamente engraçado que não se leva tanto a sério e subverte tudo aquilo que já virou clichê do estúdio. Sendo um filme original que se sustenta por si só, mostrando que a fórmula não vai se esgotar tão cedo e que o herói já tem carta branca para as futuras produções o estúdio.

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