sobre livros e a vida

05/02/2015

Na Telona :: ‘O Jogo da Imitação’ #18

Oi, gente. Tudo bem?

Faz tempo que eu não escrevo críticas para vocês, estava tão recluso que nem nas cabines de imprensa eu ia mais. Porém, um filme me fez sair para ver o sol novamente e hoje vim contar para vocês o que achei dessa produção que chega aos cinemas hoje. Vamos conferir?!

Filme: O Jogo da Imitação
Título Original: The Imitation Game
Diretor: Morten Tyldum
Lançamento: 05 de fevereiro de 2015
Duração: 1h55min
Distribuidora: Diamond Films
Classificação: 12 anos
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo britânico monta uma equipe que tem por objetivo quebrar o Enigma, o famoso código que os alemães usam para enviar mensagens aos submarinos. Um de seus integrantes é Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de 27 anos estritamente lógico e focado no trabalho, que tem problemas de relacionamento com praticamente todos à sua volta. Não demora muito para que Turing, apesar de sua intransigência, lidere a equipe. Seu grande projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as possibilidades de codificação do Enigma em apenas 18 horas, de forma que os ingleses conheçam as ordens enviadas antes que elas sejam executadas. Entretanto, para que o projeto dê certo, Turing terá que aprender a trabalhar em equipe e tem Joan Clarke (Keira Knightley) sua grande incentivadora.

Em 1952, a polícia britânica é chamada para investigar um assalto na casa do matemático Alan Turing, apesar do mesmo afirmar que nada foi roubado e não querer registrar uma queixa. O Detetive Nock desconfia da atitude do homem, pois acredita que ele tem algo a esconder e passa então a investigar seu passado.
Logo, Alan é indiciado, mas pelo crime de homossexualidade, e levado para interrogatório. É a partir daí que conhecemos mais sobre o homem, enquanto ele narra sua vida para o investigador.
Estamos em plena Segunda Guerra Mundial e a Inglaterra está sofrendo diversos ataques dos nazistas alemães. Tudo porque não conseguem decifrar o código de guerra alemão, criptografado por uma máquina conhecida como Enigma. O problema é que a máquina muda seu padrão toda noite, tornando impossível decifrar as mensagens no curto prazo, já que ao dar meia-noite o trabalho do dia é perdido.
Alan Turing é muito inteligente e ótimo com charadas, por isso acredita que tem a capacidade de decifrar o código da Enigma e se candidata à equipe designada para tal. Porém, seu jeito arrogante de ser o coloca em uma tensa situação, tendo em vista que seus colegas de equipe não o toleram e com isso ele acaba isolado.
Mas Alan não é nem um pouco tolo e não se importa de passar por cima de seus superiores para conseguir o que quer. Ele deseja criar uma máquina para desvendar os códigos de guerra e tem certeza que isso irá ajudar a Inglaterra a ganhar a guerra.
O único porém é que Alan não considera a equipe apta para o projeto e após demitir alguns dos colegas, lança um desafio. Quem conseguir completar um criptograma publicado no jornal com um limite de tempo deve dirigir-se à base para um novo teste, onde podem conseguir um emprego.
Várias pessoas conseguem concluir o desafio e, surpreendentemente para a época, uma mulher estava entre eles. Joan Clarke chega ao local um tanto atrasada e quase é impedida de participar da segunda etapa, justamente por ser mulher, mas Alan a deixa tentar.
O segundo desafio é resolver um problema matemático em menos de seis minutos. A única pessoa a conseguir o feito é Joan, o que surpreende Alan, já que ele próprio resolveu com um pouco mais de tempo. Ele acredita que Joan é a pessoa certa para ajudá-lo e, após passar por alguns desafios para colocá-la na operação (mais uma vez por ser mulher), eles começam a trabalhar em busca de um padrão para resolver a Enigma.
Aos poucos, Alan vai construindo sua máquina, carinhosamente chamada de Christopher, em homenagem a um grande amigo de sua infância. Só que o matemático está sendo desacreditado. Por ter desrespeitado algumas ordens, seus superiores estão no seu pé, chegando até a acusá-lo de ser um espião soviético. Ninguém acredita que Christopher irá funcionar e estão prontos para chutar Alan do projeto na primeira oportunidade.
Só que conhecer e tornar-se amigo de Joan faz com que Alan comece a mudar. O homem percebe que precisa da ajuda de seus colegas e Joan o ensina a ser mais simpático e conquistar a amizade dos outros homens do grupo.
Christopher vai se erguendo gradativamente, mas será que irá realmente funcionar? E conseguirá Alan esconder seus segredos do passado enquanto tenta viver em meio à Guerra?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de assistir.
Não sabia muito bem o que esperar de O Jogo da Imitação. Quando recebi o convite da Cabine de Imprensa, fui pesquisar um pouco sobre o filme e achei a proposta interessante, tendo em vista que foi baseado em fatos reais. Fui para a sessão sem expectativas e fui agraciado com uma trama intrincada, repleta de reviravoltas.
O longa não segue uma narrativa linear. Há idas e vindas na história, divididas principalmente em três pontos: a infância de Alan no internato, seu período na guerra e o tempo “atual”, onde ocorreu o assalto. Isso pode incomodar muitas pessoas, que podem se perder nas passagens de tempo quando o filme volta ao passado para explicar algo do presente. Eu mesmo demorei a saber diferenciar quando era quando.
A infância de Alan não foi das melhores. Vivendo em um internato para rapazes, o garoto sofria com as constantes provocações dos valentões, que o ameaçavam e aterrorizavam por ser mais fraco e mais inteligente. Seu único amigo era Christopher, que o defendia e passava tempo com ele, quando ninguém mais queria.
Nesses momentos da trama, podemos notar que o diretor quis inserir algumas cenas de forma que fosse palpável o interesse de Alan por Christopher e o espectador pudesse notar logo de cara a homossexualidade do personagem. Ou seja, deram uma romantizada na história e isso não me agradou, pois soou um tanto forçado.
Porém, por mais que a homossexualidade de Alan tenha tido bastante foco, eu achei que faltou um aprofundamento em sua vida pessoal, sua história. Beleza, sabemos que ele é gay, mas e quanto ao restante? O homem é um gênio e suas habilidades pareciam ser o único interesse na trama. Não me incomodaria se houvessem falado mais sobre sua família ou algo do gênero.
E, perdão por estar batendo na mesma tecla, uma das melhores lições do filme foi justamente a respeito do preconceito. Na época, ser gay era algo repugnante, sendo considerado até crime. Ironicamente, o homem que encurtou a guerra em dois anos e foi um grande herói para a Inglaterra era alguém que a nação julgava indecente. Isso mostra que o preconceito é completamente ridículo, por julgar pessoas pelo seu modo de viver.
Quanto às atuações, só tenho elogios a fazer. Benedict Cumberbatch soube personificar Alan Turing com maestria. Não conhecia o ator (sinto Barbie Herdy me matando mentalmente) e fiquei realmente surpreso com sua boa representação. Achei sua atuação digna de Oscar, mas vi que muitos não concordam comigo.
Keira Knightley interpretou Joan Clarke e trouxe à tona outra forma de preconceito da época, que era contra as mulheres. Keira não é conhecida por ser elogiada como atriz, pelo contrário. A carreira dela é repleta de críticas negativas, mas eu confesso que a adoro (principalmente depois de Orgulho & Preconceito). Ao contrário de Ben, não posso dizer que Keira merece o Oscar, pois apesar de seu papel ter sido importante para a trama, sua aparição foi um tanto curta. Ela com certeza mereceu a indicação, mas não deverá ganhar a estatueta.
Outro ponto positivo do longa foi o humor acidental. A personalidade e as excentricidades do protagonista deram um ar cômico ao personagem, que arrancou muitas risadas devido às suas ironias e à sua sinceridade. Palmas ao diretor por isso.
O Jogo da Imitação recebeu oito indicações ao Oscar, inclusive de melhor filme. Minha torcida está entre ele e Boyhood, mas acredito que a o longa de Morten Tyldum não tem muita chance.
Bom, chega de falar por hoje. O Jogo da Imitação é um filme ótimo, que me arrebatou logo no início. Eu com certeza recomendo ele para vocês. Melhor ainda, ordeno que vocês corram para o cinema mais próximo e assistam. Foi um dos melhores filmes que tive o prazer de ver este ano e pretendo repetir a dose.

TRAILER

Beijos e até a próxima!

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