sobre livros e a vida

11/09/2014

Na Telona :: ‘O Doador de Memórias’ #11

Oi, gente. Tudo bem?

Setembro é o mês das adaptações literárias e hoje vim contar para vocês de uma que chegou às telonas hoje e a qual assisti na semana passada em uma cabine de imprensa. Vamos conferir?!

Filme: O Doador de Memórias
Título Original: The Giver
Diretor: Phillip Noyce
Lançamento: 11 de setembro de 2014
Duração: 1h37min
Distribuidor: Paris Filmes
Classificação: 12 anos
Sinopse: Uma pequena comunidade vive em um mundo aparentemente ideal, sem doenças nem guerras, mas também sem sentimentos. Uma pessoa é encarregada a armazenar estas memórias, de forma a poupar os demais habitantes do sofrimento e também guiá-los com sua sabedoria. De tempos em tempos esta tarefa muda de mãos e agora cabe ao jovem Jonas (Brenton Thwaites), que precisa passar por um duro treinamento para provar que é digno da responsabilidade.

Todos vocês aqui sabem que eu sou vidrado em distopias, que é de longe meu gênero literário favorito. Quando soube do lançamento do filme O Doador de Memórias, não dei muita bola, até descobrir que era uma distopia baseada no livro O Doador, de Lois Lowry. A partir daí, minha vontade de ver o filme só aumentou e quando recebi o convite para a cabine confirmei presença na hora.
Nessa distopia há uma pequena comunidade, cercada por uma densa neblina. Os habitantes são proibidos de atravessar o limite e devem sempre obedecer as regras, além de tomarem injeções diariamente, que dizem ser para inserir vitaminas na corrente sanguínea. A comunidade é governada pelos anciãos, liderados pela Chefe Elder. Elder é quem decide o rumo que a vida dos jovens irá tomar, pois escolhe qual será a profissão de cada um.

Jonas é um formando e está prestes a receber seu ofício, mas não tem ideia de qual será. Diferentemente de seus amigos, o garoto não tem algo em que se destaque e quanto mais a cerimônia se aproxima, mais ansioso ele fica. E não é por menos.
No dia em que Chefe Elder divulga os ofícios de cada formando da comunidade, cada um dos jovens tem seu número, que vai sendo chamado em ordem crescente para ir até a frente, receber a função e depois se sentar com os adultos. Quando chega a vez de Jonas, algo inusitado acontece: seu número é pulado e a sequência continua, deixando com que o garoto fique sozinho no palco após o encerramento da cerimônia.
Porém, Elder se dá conta do engano e diz que Jonas é especial e seu ofício será o mais importante da comunidade: ele será o Recebedor. Jonas não faz ideia de qual é a verdadeira função do recebedor, só que certas regras não se aplicam a ele. A partir daí, ele passa a ter aulas com o Doador e descobre que sua função é receber as memórias da civilização anterior à deles, para dar conselhos aos Anciãos em casos de crise extrema.

Aos poucos o Doador vai inserindo lembranças na mente de Jonas, que vai descobrindo as maravilhas do lar, da família e até do amor. Com isso sua visão fica mais aguçada e ele passa a perceber as cores, embora muito lentamente. Jonas também descobre que as injeções diárias matinais privam os membros da comunidade de suas emoções e esse é o motivo de todos serem tão certinhos e apáticos. 
Numa certa manhã, Jonas chega à residência do Doador e se depara com seu instrutor tendo uma visão. Ao tocá-lo, Jonas também é inserido na visão e descobre a dor, a guerra e a traição e esses sentimentos o abalam de tal forma que ele pensa em desistir do treinamento. Só que o Doador lhe conta sobre Rosemary, que devia ter sido treinada antes do garoto, mas não aguentou a pressão e foi transferida.
A partir daí, Jonas descobre a realidade por trás das transferências e está determinado a revelar a verdade para todos da comunidade. Só que isso pode ter um preço altíssimo para si mesmo e seus amigos. Então ele e o Doador planejam uma forma de que as memórias sejam introduzidas nas pessoas de modo que elas entendam a verdade por trás de suas vidas.

Só que para executar tal plano, Jonas precisa deixar a comunidade e isso não será fácil, pois Elder tem olhos e ouvidos em todos os lugares e não quer que a verdade vaze, pois pode deixar os habitantes descontrolados, e para evitar isso tomará as medidas mais drásticas se for necessário.

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de assistir!

Eu pretendia ler O Doador antes de me aventurar no cinema, mas logo que comecei vi que a idade dos protagonistas havia sido alterada e resolvi abandonar o livro por ora, para não ir assistir sua adaptação já com um certo preconceito. Devo dizer que isso foi crucial, pois gostei demais do filme.
A equipe de efeitos optou por iniciar o filme em preto e branco, de forma que quando Jonas fosse descobrindo mais coisas sobre o passado, a cor fosse se ajustando e compreendêssemos melhor o que se passava. Achei uma ideia brilhante, mas para meus olhos cansados às dez da manhã, foi um pouco entediante ver tudo com efeito monocromático.

Por se tratar de uma distopia, há todos aqueles elementos tecnológicos avançados, como hologramas e câmeras da mais alta definição, mas a sociedade é bem simples: todos se locomovem usando bicicletas, que são ganhadas quando se faz nove anos, as vestes são singelas, assim como as refeições. Não há grande luxo, como nas distopias normais, e achei isso bem interessante.
Quanto às atuações, não tenho muito o que dizer. Brenton Thwaites não é um ator muito conhecido por mim (vi que ele fez Malévola e o remake de A Lagoa Azul), mas posso dizer que gostei de sua atuação. Jonas é um garoto curioso, de bom caráter e muito virtuoso e senti que Thwaites conseguiu passar todas essas características para o personagem.
Nem preciso dizer que Meryl Streep deu um show de interpretação, preciso? Eu vi na personagem Elder o que imaginava para a Presidenta Coin, de Jogos Vorazes, e Meryl arrasa como vilã. Depois de vê-la atuando, é impossível imaginar outra atriz no lugar, mesmo com o pouco destaque que a personagem teve. Gente, vocês tem A Meryl Streep no elenco, o mínimo que poderiam fazer é dar mais espaço pra ela, que teve a cena roubada por Jeff Bridges, nosso Doador. Nunca gostei de Jeff, mas nesse filme o cara arrasou, passou muito bem a personalidade do personagem, que consegui conhecer nas poucas páginas que li do livro.
Mas sempre há decepções, certo? Cameron Monaghan e Odeya Rush, que interpretam Asher e Fiona, os melhores amigos de Jonas, ficaram bem apagados. Odeya ainda teve uma aparição maior, por Fiona ser interesse amoroso de Jonas e Cameron ganhou um pouco mais de destaque no final, mas não consegui criar conexão com nenhum deles. Assim como Alexander Skarsgard e Katie Holmes, que interpretam os pais de Jonas. Ambos são excelentes atores, mas seus personagens e suas aparições foram tão irrelevantes para a trama que deu pra entender no ato que sua escalação para os papéis foi pura jogada de marketing, para atrair o público aos cinemas.

Falando em jogada de marketing, alguém pode me explicar o porquê de tanto burburinho em cima da participação de Taylor Swift? No começo achei que ela interpretaria alguém de grande destaque, como Fiona, já que ela está em grande parte dos pôsteres de divulgação do longa, mas sua participação foi tão curta que quase perdi quando pisquei. Taylor é a intérprete de Rosemary e somando as suas duas cenas, não chega a três minutos de duração, sendo que em uma delas ela aparece de costas. 
Mesmo tendo sido um fracasso de bilheteria lá fora e as críticas tenham sido extremamente negativas, O Doador de Memórias me conquistou e estou extremamente ansioso pra ler o livro e suas continuações. Não sei se o filme terá sequência, pois o final pode ser tranquilamente considerado como fechado. Posso não ter dado cinco estrelas, mas no meu coração é essa a classificação. Eu com certeza recomendo este filme a vocês e peço que assistam o mais rápido possível, porque eu com certeza assistirei novamente.

TRAILER

BEIJos E ATÉ A PRÓXIMA. 
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