Oi, gente. Tudo bem?
Estou de volta com mais uma crítica cinematográfica para vocês. O filme de hoje é, creio eu, o lançamento mais aguardado do ano pelas mulheres e eu conferi ontem em cabine de imprensa. Vamos ver o que achei?!
Filme: Cinquenta Tons de Cinza
Título Original: Fifty Shades of Grey
Diretor: Sam Taylor-Johnson
Lançamento: 12 de fevereiro de 2015
Duração: 2h05min
Distribuidora: Universal Pictures
Classificação: 16 anos
Sinopse: Anastasia Steele (Dakota Johnson) é uma estudante de literatura de 21 anos, recatada e virgem. Uma dia ela deve entrevistar para o jornal da faculdade o poderoso magnata Christian Grey (Jamie Dornan). Nasce uma complexa relação entre ambos: com a descoberta amorosa e sexual, Anastasia conhece os prazeres do sadomasoquismo, tornando-se o objeto de submissão do sádico Grey.
Anastasia Steele é uma jovem de 22 anos estudante de língua inglesa. Sua melhor amiga e com quem divide o apartamento, Kate Kavanagh, deveria entrevistar um importante empresário, que faria o discurso em sua formatura. Só que a garota fica resfriada e pede que Ana vá em seu lugar.
Sendo assim, Ana parte para Seattle para realizar a entrevista com o sr. Christian Grey. Ela se depara com o grande império empresarial que o jovem Grey criou. Ele tem 27 anos, mas já é dono de uma das maiores fortunas da América. Seu poder deve-se à sua dominância em tudo o que faz, não só na empresa.
Durante a entrevista Christian vê em Ana aquilo que ela procura em todas as mulheres: timidez, submissão e devoção. Anastasia está encantada por Christian Grey e pelo seu mundo, e não consegue esconder isso. Christian está encantado por Ana e pelo que ela é.
Começa então uma distorcida história de amor. Christian é assombrado por questões do passado constantemente, sua submissão – não apenas no sentido BDSM da palavra – em muitas partes da sua vida faz com que ele queira o poder de um dominador. Anastasia é a típica submissa. Ele se apaixona por Christian Grey e pelo seu mundo e cedes às vontades do seu então mestre parece algo fácil.
Porém, a relação que não deveria passar de um contrato torna-se algo maior, Christian vai percebendo que não é dominando que ele se livrará dos problemas do passado e Ana vê em Christian algo maior do que um dominador, ela vê um homem que precisa de cuidados.
Em meio a todas essas questões, temos torrenciais cenas de sexo que tornam o enredo ainda mais quente e interessante, pois elas estão atreladas à história e fazem sentido na trama. Não é sexo por sexo, é sexo com propósito. O BDSM tem presença constante na história, entretanto aparece de uma forma mais sensual e romântica. Ele aflora nos personagens como o amor que surge entre eles.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de assistir!
Eu tentei ler Cinquenta Tons de Cinza assim que deu o boom do lançamento. Na época eu estava com 14 anos e desisti antes de chegar na página 100. Achei as cenas muito fortes e larguei de vez o gênero erótico. Pode-se dizer que fiquei traumatizado.
Porém, quando anunciaram a adaptação de Cinquenta Tons, confesso que fiquei curioso. Não acompanhei a escolha dos atores, o início das gravações, nem nada disso. Mas quando saiu o primeiro trailer do longa eu disse “vou assistir só pra falar mal”. Então me despi dos preconceitos e fui pra cabine. O problema é que o filme me surpreendeu e foi bom. Muito bom.
Sempre que o assunto é conteúdo erótico, já vem na cabeça que será regado a sexo. Não, será puramente sexo e nada mais. Perdão a palavra, mas que seria uma “pu***ia” sem tamanho. Eu mesmo pensava que o filme seria isso, mas passou longe.
Óbvio que uma adaptação de livros eróticos precisa ter sexo, mas a diretora soube transformar algo explícito em sugestivo, deixando as cenas mais sensuais que escrachadas. Além disso, souberam usar da nudez como um quê a mais, não como algo necessário. Amei o cuidado que tiveram com isso e a ousadia. Se você está esperando a tal da pornografia no filme, sinto muito.
Quando li o livro, imaginei Lucy Hale e Ryan Gosling nos papéis principais e até critiquei um pouco com o povo quando Charlie Hunnam e Dakota Johnson foram escalados. Depois veio toda a polêmica da desistência de Charlie e a escalação de Jamie Dornan. Adorei Jamie em Once Upon a Time, mas não achei que ele – muito menos ela – teria potencial para enfrentar os preconceitos dos leitores e fazer uma atuação à altura. Novamente, fui surpreendido.
Jamie Dornan deu um show de interpretação, tanto como o Christian Grey empresário arrogante quanto como o Christian dominador. O ator soube abusar de sua sensualidade e conseguiu realmente convencer no seu papel.
Dakota Johnson também me convenceu muito. A atriz não faz o perfil gostosona, apesar de ser muito bonita. Não posso dizer que ela soube personificar a Anastasia, porque odiei a personagem no livro e amei no filme. A Ana do filme não é aquela boba inconstante, chorona e chata que lembro do livro. Ela sabe se impor e ser sensual na mesma medida. Amei.
Minha única ressalva, que me fez tirar meia estrela do filme, foi o fato de que não senti uma grande química entre Grey e Ana. Os dois atores fizeram muito bem seus respectivos papéis, como disse acima, mas senti falta de algo a mais quando eles estavam juntos.
Quanto ao restante dos personagens, não sei o que dizer. Foi um auê quando Rita Ora foi escalada pra viver Mia Grey, mas a participação dela durou 30 segundos, se muito. Eloise Mumford, que interpretou a Kate, não me convenceu logo de cara. Achei a atriz com cara de velha para o papel, mas ela soube incorporar a Kate que lembro do livro. Gostei bastante, apesar de ela também não aparecer muito.
Outra coisa que posso dizer é que a adaptação é fiel. Conversando com a Mi, que leu o livro novamente recentemente, ela disse que as falas dos personagens estão exatamente como as do livro e ainda há piadinhas internas para aqueles que leram. Fiquem de olho, hahah.
Também gostei bastante da forma que a edição fez para nos mostrar as mensagens trocadas entre Christian e Ana. Foi o mesmo mecanismo utilizado em A Culpa é das Estrelas e foi muito bem utilizado.
Ah, já ia esquecer de elogiar a trilha sonora. O responsável pela trilha deu um show. O filme já começa ao som de I Put a Spell on You e dá aquela expectativa do que o filme irá proporcionar. Além disso, uma das cenas mais sensuais do filme é ao som da nova versão de Crazy in Love. Logo o espectador entra no clima e se envolve com a ação.
Acho que já falei demais, né? Queria soltar vários spoilers pra vocês, dizer o que acontece e o que não acontece, mas não posso, hahaha. Então só deixo aqui minha recomendação e podem ter certeza que vou assistir o filme novamente em breve!