sobre livros e a vida

25/01/2020

Tá Na Estante :: ‘Vermelho, Branco e Sangue Azul’

Alex Claremont-Diaz é o queridinho da América. Ao lado de sua irmã, June, e de sua melhor amiga, Nora, o rapaz apronta poucas e boas pela Casa Branca. Sim, nosso querido protagonista é ninguém menos que filho da atual presidente dos Estados Unidos e pretende seguir os passos de ambos os pais na política. Contudo, a reeleição de sua mãe é sua principal pauta deste momento e Alex fará de tudo para ajudá-la nessa empreitada. Ele só não contava com uma coisa em seu caminho: o príncipe Henry.

Quando a primeira família é convidada para a cerimônia de casamento do Príncipe Philip na Inglaterra, todos são orientados a causar uma boa impressão e evitar confusões, afinal, a família real britânica é uma excelente aliada da Casa Branca desde sempre. Mas Alex e Henry, o irmão mais novo de Philip, tem suas desavenças há muito tempo e uma pequena confusão termina com os dois caídos por cima do bolo de casamento e suas fotos em todos os tabloides de ambos os países.

Com medo dessa repercussão negativa na reeleição da Presidenta, Casa Branca e Palácio de Buckingham se reúnem para apaziguar este conflito. O plano é que Alex e Henry passem tempo juntos e divulguem em suas mídias sociais, como se fossem melhores amigos. É claro que isso é um pesadelo para ambos os rapazes, mas os dois se empenham em fingir essa amizade, que logo se torna um dos assuntos mais comentados pelo mundo.

O que Alex não esperava é que Henry não era a pessoa que ele imaginava. Pelo contrário, os dois tinham muito em comum, principalmente com a pressão que carregavam sobre seus ombros, cada qual a seu modo. Logo o primeiro filho se vê considerando o príncipe herdeiro como um amigo e não demora muito para que algo mais nasça entre os dois. Porém, será que eles estão preparados para as consequências de uma relação de tal porte, sendo eles quem são?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

***

Quem me conhece sabe que eu amo livros com temática LGBT. É simplesmente fascinante se ver representado nas páginas de um livro e eu acho que esta categoria literária deveria crescer ainda mais aqui no país. Então, quando a Seguinte anunciou o lançamento de Vermelho, Branco e Sangue Azul, imediatamente fiquei empolgado. Afinal, não é todo dia que você lê um livro que o filho da presidenta dos EUA e o príncipe da Inglaterra se pegam loucamente, não é mesmo? E já adianto pra vocês que eu simplesmente A-M-E-I essa história.

A escrita de Casey McQuinston é muito envolvente. O livro tem quase 400 páginas, mas eu nem percebi elas passando. Quando percebi que o livro estava acabando, tentei ir mais devagar na leitura, pois estava afeiçoado demais à história e aos personagens e não queria me despedir ainda. Não lembro quando foi a última vez que me senti assim com um livro, então palmas para esta autora.

A narrativa é feita em terceira pessoa, mas seguimos principalmente a perspectiva de Alex. Ele é um personagem muito bem desenvolvido, mas confesso que de início não gostei muito dele. Seu status de primeiro filho lhe dá muitas regalias, mas ao mesmo tempo lhe impõe muitas regras e o modo como o rapaz lida com isso não é dos mais corretos. Sua relação com a família, principalmente com June, é muito bonita e gosto que todos apoiam suas escolhas, mesmo que algumas sejam inconsequentes.

Já Henry foi minha paixão à primeira vista. Não apenas por seu olhar sexy, seu cabelo estiloso, seu ar real e sotaque britânico… Nossa, divaguei aqui! Mas sim, Henry é perfeito. Acho que me identifiquei um pouco com ele, sobre os seus receios de assumir quem realmente é com medo do que sua família vai dizer (não que eu seja um príncipe britânico, mas né…). O modo como ele trata Alex é de dar inveja a qualquer um e vários momentos do livro quis entrar na história e dizer para ele que ele merecia mais – e dar meu telefone, é claro.

Quando li a sinopse, pensei que a autora focaria muito no romance entre Alex e Henry e se perderia em desenvolver o pano de fundo da trama. Ledo engano. Política é quase um personagem onipresente nessa história e gostei muito da forma como McQuinston abordou isso, mostrando que realmente pesquisou sobre como funciona uma campanha presidencial e fazendo inúmeras referências a antigos – e atuais, cof, cof – presidentes dos Estados Unidos. Claro que alguns detalhes eu não entendi, mas num modo geral foi tudo muito bem explicado.

Outro ponto positivo do livro foram as cenas românticas entre Alex e Henry. Por ser um livro young-adult, eu esperava beijos fofos, alguns carinhos e que o restante ficaria para a interpretação do leitor. Mas outra vez fui enganado. Casey mostrou-se bem safadinha (adoro!!!) e narrou várias cenas quentes. Nada explícito, obviamente, mas fomos além do que livros deste gênero costumam ir e gostei demais dessa mudança.

Vermelho, Branco e Sangue Azul figura na minha listinha de livros LGBT favoritos e foi uma grata surpresa nesse início de 2020. Super recomendo essa história a todos. Tenho certeza que irão se apaixonar por essa trama e seus personagens assim como eu. Se joguem de cabeça e se não gostarem, leiam de novo, porque certamente leram errado. HAHA.

 

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