Na Ponta dos Dedos é um romance vitoriano que narra a história da orfã Sue Trinder, uma jovem de 17 anos que cresceu em uma família de ladrões e morando em uma região habitada pelos piores tipos de malfeitores.
Criada em meio a pequenos delitos, mas com muito amor pela Sra. Sucksby, a jovem prestes a completar dezoito anos é inserida em um plano mirabolante arquitetado por Sir Gentleman, um conhecido da família.
E é participando desse plano ousado que Sue começa a trabalhar na mansão bucólica do velho Christopher Lilly, um homem excêntrico e possessivo que vive recluso e cercado de livros em companhia da jovem sobrinha Maud que também é órfã e sua única herdeira.
A missão de Sue é tão comente persuadir a ingênua Maud a casar-se com o Sir Gentleman, que planeja interna-la logo em seguida em um hospício e abocanhar toda sua fortuna.
No entanto, por ambas serem órfãs, um relacionamento inesperado começa a crescer entre elas e eu jamais imaginei a direção que essa relação tomaria, mas garanto que foi tudo muito bem construído, em especial as personagens que cativam o leitor de forma profunda e empática ao longo de toda a história.
Repleto de reviravoltas e alternando entre a perspectiva de Sue e Maud, a autora nos conduz em uma trama com muitas camadas, aonde cada detalhe chega no momento exato entregando ao leitor as informações necessárias para o desenvolvimento dessa trama inteligente, ousada e cheia de falcatruas.
Concluindo, Na Ponta dos Dedos é um romance histórico intenso, detalhado e muito bem escrito e desenvolvido que aborda liberdade sexual e questões relativas a classe e gênero.
O livro foi adaptado em 2005 para a TV, em uma minissérie da BBC, e também para o cinema, pelo diretor coreano Park Chan-wook como A criada, filme vencedor do prêmio BAFTA de melhor filme estrangeiro, em 2018.
Para quem busca uma trama com muito mistério, ação e reviravoltas, essa dica é perfeita.