sobre livros e a vida

04/12/2014

Tá Na Estante :: ‘Coração de Mãe’ #340

Olá galera.

Depois de um longo tempo longe de vocês, eis que cá estou novamente para falar de um livrinho lindo. Vamos conferir o que eu achei de Coração de Mãe, da nossa já queridinha Jodi Picoult?

Livro: Coração de Mãe
Autora: Jodi Picoult
Editora: Verus
Páginas: 476
Sinopse: Paige tem apenas algumas lembranças de sua mãe, que a abandonou quando ela era uma garotinha. Agora, aos dezoito anos, ela deixa o pai para trás em Chicago em busca do sonho de cursar a faculdade de artes. Mas Paige vê seus planos mudarem quando conhece Nicholas, um ambicioso estudante de medicina com quem logo se casa. Depois de alguns anos tentando se encaixar nos ambientes abastados que Nicholas frequenta e se sentindo mais deslocada do que nunca , Paige engravida inesperadamente. Sobrecarregada pelas exigências de ter uma família, ela não consegue esquecer a ausência da mãe e as memórias dolorosas do passado, que a fazem duvidar de si mesma. Lutando para se encontrar e finalmente acreditar nas próprias capacidades, Paige toma uma atitude chocante, que trará consequências avassaladoras para todos os envolvidos. Em Coração de mãe, Jodi Picoult constrói com perícia um romance cativante, que examina emoções e problemas com os quais todos nós podemos nos identificar. 

Coração de Mãe nos conta a história da vida de Paige O’Toole. Paige foi criada somente pelo pai extremamente religioso e tem poucas lembranças da mãe, que a abandonou quando criança. O pai de Paige sempre fez o possível para dar uma boa educação a menina, e sempre a criou para seguir a religião católica.

A crença excessiva do pai em Deus levou Paige a fugir de casa aos 18 anos. Um grande acontecimento marca a partida de garota, e isso a leva a acreditar que não é justo fazer com que seu pai pague pelos pecados que ela cometeu.
Então Paige parte com a ideia de cursar uma faculdade de artes para aperfeiçoar o dom de desenho que ela possui. Paige consegue capturar a verdadeira essência das pessoas em seus desenhos, o que os torna únicos.
Nesse ponto da história podemos retratar Paige como uma garota perdida, com grandes sonhos e poucas possibilidades. E nesse cenário ela encontra Nicholas, um jovem ambicioso, estudante de medicina e interno cirúrgico em um grande hospital. Assim como Paige, Nicholas também possui grandes problemas familiares e é constantemente atormentado por eles.
Parece impossível que duas pessoas de mundos tão diferentes se encontrem, mas isso acontece. Paige conhece Nicholas em uma pequena lanchonete em que estava trabalhando, e os dois acabam se casando. Porém Paige ainda é atormentada pelo mistério de sua infância. A ausência da mãe se faz cada vez mais presente quando ela se descobre no papel de esposa. 
Quando ela pensa que finalmente chegou a sua vez para seguir seus sonhos, ela engravida. As dúvidas ficam cada vez mais fortes. Ela não teve um modelo de mãe para se espelhar. E se ela desapontar o filho? E se não souber cuidar devidamente dele? E se ela for como a própria mãe e o abandonar?
Quando seu filho nasce, o estado emocional de Paige se abala ainda mais. Nicholas está sempre ausente e não percebe a situação pela qual ela está passando. Ela se sente sobrecarregada com a responsabilidade e acaba tomando uma decisão que pode colocar em risco o futuro do casal e mudar para sempre suas vidas.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler.

Jodi Picoult é uma das minhas autoras queridinhas desde que assisti ao filme Uma Prova de Amor. Quando soube que o filme era uma adaptação, corri para ler o livro (A Guardiã da Minha Irmã) e deste então idolatro até o chão em que essa mulher pisa.
Quando soube que a Editora Verus iria lançar Coração de Mãe, quase não me aguentei de curiosidade. A característica que torna os livros da Jodi tão peculiares, únicos e cheios de sentimentos é o fato de que ela escreve sobre a família, dramas e realidades que muitas vezes não encontramos em livros.

A intensidade tão característica na escrita de Jodi se faz presente, mas algum fator me incomodou profundamente no livro. A narrativa da autora é simples e direta, feita especialmente para mostrar todas as falhas do casamento e as dificuldades pelas quais Paige e Nicholas passam. É o tipo de narrativa que precisa ser sentida, não só entendida.
Os capítulos são alternados, nos mostrando não somente a visão de Paige, mas também de Nicholas. A constante menção à religião e a fé foi um fator um pouco incomodo para mim. Tenho profunda aversão à livros e autores que tentam nos enfiar suas crenças “goela abaixo”. Em Coração de Mãe, a religião é um fator constante, mas não tão forçado a ponto de não dar de relevar.
Temos que levar em conta, também, que o livro foi originalmente publicado em 1995, e que nessa época a religião era bem mais forte do que é hoje e muitos temas, que hoje são comuns, eram considerados tabus.
Um ponto que, ao meu ver, foi extremamente crucial para o desenvolvimento do livro foi a forma de estruturação que a autora escolheu. O livro é dividido em três partes: Concepção, Crescimento e Parto. Essas partes nos ajudam a entender e sentir melhor os personagens. Cada parte acompanha um momento crucial da vida de Paige e nos mostra como isso poderá interferir no seu futuro.
O final me incomodou profundamente. Quando finalmente vemos Paige encarando seus problemas e começando a resolvê-los, o livro acaba. Até fiquei me perguntando se meu exemplar não tinha vindo com algumas páginas faltando.
Ainda não sei muito bem se gostei ou não de Coração de Mãe. É uma leitura fora da minha zona de conforto. Jodi segue a sua linha de histórias já conhecida: familiar, dramática com uma pontadinha de polêmica.
A Verus Editora manteve a capa original, aquela de 1995. Não achei uma capa tão atrativa quanto poderia ser, mas entendo a decisão da editora. Embora não seja uma capa decorativa, combina perfeitamente com o sentimento que a história passa. A diagramação é simples, com páginas amarelas e separação de capítulos, tudo sem muito requinte. 
Recomento fortemente o livro para quem gosta de dramas familiares e fortes emoções. Se você é como eu e se sente um pouco incomodada com livros que abordam religião, evite ler esse.
Espero ter esclarecido algumas dúvidas sobre esse livro e despertado o interesse em quem não o conhecia ainda. Agora, me despeço de vocês como de praxe, com uma citação marcante do livro.

Eu vinha pensando muito em minha mãe, muito mais que nos anos anteriores. Em parte por causa do que eu fizera antes de sair de casa; e em parte porque eu tinha saído de casa. Eu me perguntava o que meu pai estaria pensando. Perguntava-me se o Deus em que ele tinha tanta fé poderia lhe explicar por que as mulheres de sua vida estavam sempre indo embora.

BEIJinhos E ATÉ A PRÓXIMA! 

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