Alina Starkov é uma órfã que cresceu ao lado do melhor amigo, Maly, na propriedade do Duque em Ravka. Os dois foram criados pela severa Ana Kuya e após atingirem a maioridade se juntaram ao Primeiro Exército, sendo Alina uma aprendiz de cartógrafo e Maly um excelente rastreador. Apesar das atuais diferenças de personalidade, a amizade dos dois ainda prevalece e um não deixaria nada acontecer ao outro sob hipótese alguma.
Agora, os dois estão em uma expedição rumo à Dobra das Sombras, um lugar sombrio habitado pelos mortais volcras, criaturas aladas que devoram todos que se atrevam a entrar em seu espaço. A Dobra das Sombras foi criada há muito tempo e tem se tornado um grande empecilho para o comércio de Ravka, já que os comerciantes precisam atravessá-la para fazer contato com as nações vizinhas.
O objetivo de Alina é fazer o máximo possível de anotações, para ajudar seu mestre cartógrafo a ter mais informações e fazer um mapa detalhado da Dobra, mas quando o grupo inicia sua travessia, a última coisa que a menina consegue pensar é em desenhar. Os volcras atacam as embarcações e sua aparência é ainda mais terrível do que Alina imaginava e eles não poupam ninguém.
Quando um volcra ataca Maly, tudo que Alina consegue pensar é em salvá-lo e é aí que surge um clarão de luz e ela desmaia. Quando acorda, sua vida virou de cabeça para baixo. As testemunhas acreditam que a tal luz foi conjurada pela própria Alina e que, por isso, ela é uma Grisha Conjuradora do Sol, um espécime. O Darkling, o líder dos Grishas, tem a certeza de que Alina é a chance que Ravka tem de finalmente eliminar a Dobra das Sombras.
A partir disso, Alina é levada para Os Alta, a cidade do rei, onde irá aprender sobre seu dom recém descoberto e a ser uma Grisha. Mas estará a menina preparada para enfrentar este desafio? Sua cabeça está a prêmio nas nações vizinhas e as intrigas da corte lhe assustam, ainda mais sem saber do paradeiro de seu melhor amigo.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
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Eu ouvi falar sobre a trilogia Grisha pela primeira vez na Bienal do Livro de 2015, onde a autora Leigh Bardugo participou de um painel. Lembro que na época a história me chamou atenção, mas fui protelando a leitura e o livro foi ficando esquecido no Kindle. Eis que então a Netflix anuncia a adaptação para uma série e a Planeta Minotauro lança uma reedição do livro. Achei que era um sinal pra mim e resolvi solicitar meu exemplar. Só tenho a dizer que eu devia ter lido antes!
A escrita de Leigh Bardugo é leve, fluida e muito envolvente. Somando isso com o cenário bem descrito, personagens incríveis e uma mitologia fantástica, o livro me prendeu desde a primeira página. Eu estava em meio a uma ressaca literária, onde nada me prendia, e esse livro veio para me salvar. Terminei a leitura mais rápido do que esperava – e gostaria.
A narrativa é feita em primeira pessoa, pela perspectiva de Alina. Gostei da protagonista logo de cara, pois ela não é daquelas mocinhas bobas, pelo contrário. Alina é determinada, não tem papas na língua e é bem afrontosa. Sua única fraqueza é Maly e seu crush secreto por ele, mas a amizade dos dois transpassa tudo isso e é algo incrível de se acompanhar.
Outro personagem fantástico é o Darkling. Na sua primeira aparição a intenção era se mostrar imponente, mas aos poucos vamos o conhecendo mais e descobrindo suas reais intenções. Não posso dar spoilers, mas me senti culpado depois de um tempo por shippá-lo com Alina… só que a culpa passou e agora eu shippo mesmo, haha. Me julguem!
O final foi de tirar o fôlego. Conforme Bardugo foi construindo o clímax, eu esperava que a história se guiasse para um lado e minha empolgação foi murchando. Porém, mais uma vez a autora me surpreendeu e deu uma enorme reviravolta na trama. Virei a última página em síncopes, desejando o próximo volume, que deve chegar às livrarias em breve.
Sombra e Ossos foi um excelente início para o Grishaverso e sem sombra de dúvidas eu recomendo essa história. Amei conhecer essa nova mitologia e quero desbravar ainda mais esse universo. Se joguem nessa leitura, porque vale mesmo a pena. Tenho certeza que não vão se arrepender!