Depois que seu irmão morreu e a mãe foi embora, Aaron tenta administrar a livraria da família ao lado do pai, Ira, mas as coisas não estão dando certo. O local não tem mais lucro, está se degradando e Aaron, que sempre foi um apaixonado pelos livros, não consegue mais ler e por isso não vê sentido em manter o lugar funcionando, mas Ira ainda acredita que toda cidade merece ter sua própria livraria.
Quando descobre que o pai está se afundando em dívidas no cartão de crédito, Aaron toma uma brusca decisão: vender o lugar para a maior negociadora da pequena cidade em que vive e que sempre desejou colocar as mãos naquele ponto. Só que o rapaz nunca imaginou como seria difícil contar a verdade para Ira, tampouco que uma nova chance ia cair no seu colo, podendo mudar tudo.
Chad é um rapaz que andava com o irmão de Aaron, mas que sofreu um grave acidente e ficou paraplégico. Os dois se encontram por acaso e acabam se aproximando, mesmo Aaron sendo contra essa proximidade. Chad é um rapaz divertido, que está tentando se redimir dos erros do passado e uma decisão dele, a de instalar uma rampa de acesso em frente à livraria, chama atenção dos outros moradores, que decidem dar uma repaginada no lugar.
Aaron não contou a ninguém que já vendeu o espaço e tenta a todo custo evitar que a reforma aconteça, já que em pouco tempo entregará o prédio para a compradora. Mas seus desejos não são ouvidos e cada dia mais Ira vai saindo de sua concha, animado com o que está por vir, o que impede Aaron de contar a verdade, por medo de magoá-lo.
Além de tudo isso, Aaron vai se apaixonar pela primeira vez. Graças a Chad, ele conhece Hannah, uma jovem vocalista de uma banda. É curioso que Aaron, que nunca gostou de música, vá logo se apaixonar por uma menina que vive do som, mas a conexão entre eles é inegável desde o primeiro encontro.
Determinado a reverter a venda da livraria, Aaron tentará levantar uma quantia de dinheiro para rescindir o contrato, mas para isso precisará enfrentar fantasmas do passado e possivelmente quebrar promessas que fez. Estará ele preparado para enfrentar as consequências de seus atos e ainda lidar com a bagagem emocional do seu novo relacionamento?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
***
Gayle Forman é uma autora bastante conhecida e de quem já li muitos livros, mas sempre tivemos uma relação de amor e ódio. A duologia Apenas um Dia figura entre meus livros favoritos da vida, enquanto outras histórias escritas por ela me decepcionaram bastante. Já fazia algum tempo que não lia nada de Forman, mas quando fiquei sabendo deste lançamento na Bienal, achei que seria uma boa forma de retomar nossa relação.
Nós Somos Inevitáveis é um livro bem diferente do que eu estava esperando. Narrado em primeira pessoa, pela perspectiva de Aaron, o livro está longe de ser um romance, como tendi a acreditar. É uma obra que vai abordar uma jornada de autodescoberta, as consequências do luto e o poder da amizade para transpassar as dificuldades. De verdade, é impossível não se emocionar em alguns momentos.
Aaron é um personagem complexo. De início eu não gostei muito dele e de sua atitude negativa, mas conforme fui percebendo tudo que ele estava passando, era bem evidente que seus sentimentos estavam em frangalhos desde a morte do irmão e ele estava tentando ser forte para manter o pai, e consequentemente a livraria, de pé. Não é fácil para um rapaz tão jovem assumir um fardo como este!
Daí vamos falar um pouco sobre os coadjuvantes que, pra mim, roubaram a cena. Chad foi minha paixão desde sua primeira aparição e seguiu assim até o final. A aproximação dele com Aaron pode não ter sido pelos motivos certos, mas logo fica claro que ele se importa de verdade com seu novo amigo e quer ajudá-lo a ser feliz. Por mais que Aaron não dê o braço a torcer, a amizade de Chad é muito importante para ele.
Quanto ao romance, ele acontece sim, mas não é mesmo o foco principal. Aaron e Hannah são altamente compatíveis, mas há algumas questões que podem colocar essa relação à prova e talvez eles não estejam preparados para ficar juntos. Acredito de verdade que em algum momento Gayle poderia escrever uma continuação para esse livro e explorar melhor a química entre estes dois personagens.
Quando cheguei em 75% da leitura, a tensão estava a mil. Dava pra sentir o desastre chegando e eu estava com medo do que estava por vir, mas não conseguia parar de ler. A autora soube me prender no clímax e acho que a resolução de todo o conflito foi muito bem trabalhada. Inclusive, tem uma cena mais perto do final que me deixou com lágrimas nos olhos, tamanha a intensidade dela e a imersão que eu estava na história.
Nós Somos Inevitáveis é um livro bem escrito, com personagens reais, dilemas envolventes e muito, muito emocionante. Com certeza a obra entrou para o meu hall de queridinhos de Forman e recomendo a leitura a todos. Vale muito a pena!
