E aí, pessoal! Tudo bem?
Na semana passada eu fui convidado pela Espaço/Z a participar de mais uma cabine de imprensa aqui em Brasília e hoje eu vim contar para vocês o que achei do mais recente filme do diretor Yorgos Lanthimos.
Quando eu recebi o convite para a cabine de A Favorita eu confesso ter ficado indeciso se deveria ou não aceitar, pois mesmo amando o trabalho do diretor os seus filmes costumam me deixar sem muitas palavras para me expressar. Aqueles que assistiram os seus últimos dois trabalhos, O Lagosta e O Sacrifício do Cervo Sagrado, sabem muito bem do que estou falando. Os filmes embora impecáveis em todos os aspectos conseguem ser um pouco complicados de digerir, o que acaba dificultando na hora de expressar minha opinião.
Olivia Colman interpreta a Rainha Anne, a primeira rainha da Grã-Bretanha, que tomada pela gota e pensamentos suicidas entre a confiança de seu reino a sua amiga e amante Lady Sarah (Rachel Weisz), que também é responsável por massagear as pernas doloridas da rainha e outras partes de seu avantajado corpo. Pressionada por Sarah, a rainha considera dobrar os impostos do reino para custear a guerra com a França, na qual o marido de Sarah, o Duke de Marlborough (Mark Gatiss), está colecionando vitórias. Ao mesmo tempo temos Robert Harley (Nicholas Hoult) liderando a oposição que demanda um acordo de paz entre os dois países para que possam poupar recursos e vidas.
Em meio a toda essa loucura que está acontecendo nós temos a chegada de Abigail (Emma Stone), a prima desafortunada de Sarah que teve sua vida virada 180 graus e agora precisa de um emprego. Mostrando ser uma pessoa completamente diferente de sua prima, Abigail começa aos poucos se aproximar da rainha e a proporcionar à rainha um novo tipo de companhia, com menos ordens e regras.
Diferente de seus últimos trabalhos, Lanthimos não assina o roteiro com seu parceiro de escrita Efthymis Filippou, dessa vez o roteiro do longa foi escrito por Deborah Davis e Tony McNamara, o que proporcionou ao filme um tom bem diferente das outras obras do diretor mas ainda assim mantendo algumas de suas características. Assim como O Lagosta, A Favorita é um filme de drama que consegue ser carregado de comédia sem criar momentos que não pareçam pertencer ao filme, e quando eu digo comédia eu me refiro ao tipo de comédia que faz até jornalistas continuarem gargalhando por um momento após a cena.
O filme, que arrecadou merecidas 10 indicações ao Oscar de 2019 incluindo melhor filme, diretor, atriz, duas indicações em atriz coadjuvante, roteiro original, fotografia e outros, conta com um time de primeira tanto na frente quanto por trás das câmeras. O elenco é encabeçado pela incrível Olivia Colman e as ganhadoras do Oscar Rachel Weisz e Emma Stone que dão um show de atuação durante todo o filme e mostram o motivo de todas as indicações durante essa temporada de premiações. O elenco também conta com nomes como Nicholas Hoult, James Smith e o sensacional Mark Gatiss.
A fotografia indicada ao Oscar é assinada por Robbie Ryan e também é impecável desde as cenas mais claras no jardim da propriedade enquanto Abigail e Sarah praticam tiro até as cenas mais escuras dentro do castelo onde podemos acompanhar a dor e sofrimento da rainha Anne. O filme em diversos momentos também usa lentes grande-angulares tão extremas que de início podem causar um estranhamento devido ao aspecto ‘olho de peixe’ mas que com o passar do tempo você acaba se acostumando.
A Favorita é mais uma adição na crescente lista de filmes incríveis dirigidos por Lanhimos e é sem dúvidas um dos meus filmes favoritos nessa temporada de premiação. A Favorita chega oficialmente hoje, 24 de Janeiro de 2019, aos cinemas de todo o país.