sobre livros e a vida

19/10/2016

[Halloween SEA] Tá Na Estante :: ‘Horror na Colina de Darrington’ #586

E aí pessoal, tudo bem?

Hoje eu vim contar para vocês um pouco sobre Horror na Colina de Darrington, escrito pelo autor nacional Marcus Barcelos e publicado pela Faro Editorial.

Livro: Horror na Colina de Darrington
Autor: Marcus Barcelos
Editora: Faro Editorial
Páginas: 144
Sinopse: Em 2004, Benjamin Simons deixa o orfanato em que viveu desde a infância para ajudar alguns parentes num momento difícil: com sua tia debilitada e o tio trabalhando dia e noite, precisavam de alguém para tomar conta de sua prima Carla, de apenas cinco anos de idade. No entanto, certa madrugada, a tranquilidade da colina de Darrington é interrompida por um estranho pesadelo, que vai tomando formas reais a cada minuto. Logo, Ben descobre-se preso numa casa que abriga mistérios, onde o inferno parece mais próximo e o mal possui uma força evidente. Passaram-se mais de 10 anos. Isso tudo aconteceu quando Ben estava com dezessete anos, e foram experiências das quais ele preferia esquecer completamente… Mas aquele passado o acompanha de perto. Ben sente que precisa voltar e sabe que, ou desvenda tudo ou sempre viverá com medo. Então, ele decide contar, e traz numa narrativa angustiante e rica em detalhes tudo o que viveu e todas as batalhas impensáveis que travou para tentar manter a si próprio e a jovem prima em segurança. E se descobre no centro de uma conspiração capaz de destruir até a sua própria sanidade. Onde termina o inferno e começa a realidade?

Benjamin Simons é um garoto de 17 anos que viveu toda a sua vida no Orfanato St. Charles, em South Hampton, New Hampshire, e que já havia se acostumado a ideia de não possuir laços de sangue com ninguém ao seu redor. Porém após receber a notícia de que sua tia Júlia havia sofrido um violento e inesperado derrame, Ben se vê obrigado a passar uma temporada na macabra residência de seus tios na Colina de Darrington para cuidar de Carla, sua prima mais nova, enquanto seu tio Romeo trabalha em outra cidade para garantir o sustento da casa.

Como nada é ruim suficiente para que não possa piorar, certa madrugada, enquanto fazia seu caminho em direção a cozinha para beber um pouco de água, Ben se deparou com uma cena um tanto quanto estranha. Sua prima de apenas cinco anos estava sentada no chão e olhando para cima enquanto fazia caras e bocas para uma viga no teto. Carla dizia que apenas estava imitando as caretas engraçadas que a garota de tranças estava fazendo para ela.

Porém as tranças não eram simples tranças comuns, de acordo com Carla, elas estavam enroladas no pescoço da garota que balançava na viga acima de sua cabeça. Ao olhar para cima, Ben viu a imagem que divertia sua prima e imediatamente ficou em estado de choque. As tranças descritas por Carla na verdade eram uma corda usada para enforcar a garota que agora balançava sem vida no meio daquela cena horrível. Decidido a descobrir o que deu início a aquele cenário de filme de terror, Ben se envolve em algo bem maior do que esperava e que poderá acabar tirando sua vida e a vida de todos aqueles que o cercam.

11 anos se passaram e agora Ben precisará provar que os acontecimentos daquela terrível noite não foram apenas uma elaborada criação de sua mente perturbada e afetada pelo isolamento em seus 17 primeiros anos de sua vida.

***

Quem nunca acabou comprando um livro sem nem saber um pouco sobre a história contada simplesmente por se apaixonar pela capa? O caso de Horror na Colina de Darrington foi exatamente esse. Solicitei o livro para a editora sem saber exatamente nada sobre a história e talvez isso tenha me ajudado a gostar um pouco mais, pois não criei nenhuma expectativa. O livro é a primeira obra do autor Marcus Barcelos, e tinha a promessa de ser algo curto, carregado de terror e bem original. Posso afirmar que realmente é um livro curto.

A escrita de Barcelos conseguiu me surpreender e se mostrou muito boa. O livro possui capítulos curtos e apenas 137 páginas (retirando os agradecimentos), sendo muitas delas ilustrações. Juntando isso à escrita fluida do autor, você consegue terminar a leitura em menos de uma hora. Porém ao tentar apelar para um terror mais comercial, o qual estamos acostumados a ver em filmes do gênero, o autor acabando deixando um pouco de lado a ambientação da cena e focou bastante naquelas que poderiam assustar caso você as tivesse assistindo em uma tela, porém que não causam tanto efeito quando estão sendo lidas.

O livro é narrado 11 anos após os acontecimentos da Colina de Darrington por um Ben de 28 anos, à beira insanidade e que não confia em sua capacidade de separar o real do imaginário. Cada capítulo é iniciado com um fragmento de algum documento ligado aos envolvidos, mas que não seguem uma ordem cronológica, o que ajuda a enriquecer a história e nos faz pensar um pouco mais para encaixarmos esses fragmentos em seus devidos lugares. Estes variam desde registros policiais a um poema escrito por algum dos personagens.

Porém, alguns desses documentos foram colocados em locais que acabaram prejudicando um pouco a história, pois entregava algo que ainda não havia acontecido. Um desses casos é uma entrevista que apresenta um certo personagem antes mesmo dele aparecer na história e acaba com toda a surpresa do capítulo.

A história também é um ponto que possui os seus altos e baixos. Quando comecei a leitura foi impossível não fazer uma ligação imediata ao tão conhecido e detentor de 2 adaptações cinematográficas, Amityville. Uma família que recentemente se mudou para uma casa com um passado obscuro começa a perceber que há algo de errado com a nova moradia e que o porão abriga a parte mais forte da força estranha. Soa familiar?

Algumas páginas se passaram e com o avançar da história o autor conseguiu desviar dessa história já conhecida para aí sim apresentar algo novo. Só que ao fazer isso ele acabou pecando um pouco nessa ligação entre os dois “polos” da história e assim passou a impressão de ter escrito duas metades de livros diferentes. Não estou dizendo que a história é de todo ruim, há sim os seus pontos positivos e ao finalizar o livro você consegue entender o motivo do autor ter feitos essas duas abordagens diferentes, todavia, continua com a sensação de que elas poderiam ter sido trabalhadas de uma forma melhor.

Agora preciso falar do cuidado da editora com o livro que com certeza é um dos pontos que não pode receber nada além de elogios. O livro já havia sido lançado anteriormente por outra editora e de acordo com alguns dos leitores ele já possuía uma diagramação diferenciada e que agradou a muitos. Porém o trabalho que a Faro Editorial fez com esse livro não foi algo bom ou muito bom, foi algo maravilhoso. O livro tem uma linda capa fosca com verniz localizado, alto relevo e a parte interna em vermelho.

No interior do livro temos lindas ilustrações feitas pelo ilustrador e desenhista Thomaz Magno, páginas amareladas com divisões de capítulos personalizadas, fonte, margens e espaçamento um pouco maiores e uma diagramação diferenciada nos inícios de capítulos que contam com algum documento.

O livro conta com um final que mesmo não sendo incrível e até um pouco previsível consegue ser completamente satisfatório. Encerra esse primeiro capítulo da história e deixa alguns pontos em aberto para a sua continuação que de acordo com a última página do livro sairá agora em 2017 também pela Faro Editorial.

No geral, Horror na Colina de Darrington é um livro que carrega em uma linda embalagem uma história com grande potencial, mas que infelizmente acabou sendo mal trabalhada pelo autor. Por isso o livro leva 3.5 estrelas e a minha esperança de uma continuação boa o suficiente para apagar os erros cometidos nesse primeiro volume.

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