sobre livros e a vida

05/11/2021

A Rainha do Nada, de Holly Black

Jude Duarte caiu na armadilha de Cardan e renunciou o seu poder ao grande rei de Elfhame. Ela se tornou sua rainha e conseguiu tudo que queria, até perder tudo mais uma vez ao ser exilada para o mundo mortal pelo seu amado. Mas como se adaptar à sua real natureza depois de tantos anos vivendo entre os feéricos? Para se sentir útil, Jude vai fazendo pequenos serviços que nenhum feérico aceitaria, de forma a garantir um bom dinheiro e ajudar Vivi com o aluguel.

Quando Taryn bate à sua porta pedindo ajuda, o primeiro instinto de Jude é manda-la embora. A traição de Cardan lhe doeu, mas a de sua gêmea foi ainda pior. Mas ao ouvir o pedido da irmã, Jude percebe que tem em mãos uma grande chance de retornar à Elfhame e encarar Cardan mais uma vez. Ela precisará enfrentar toda a corte diante de um julgamento e proteger Taryn acima de tudo após uma grande tragédia.

Porém, as coisas não saem da forma como Jude planejou e ela se vê sendo ‘resgatada’ por Madoc e levada ao acampamento do inimigo. Seu padrasto acredita que ela é Taryn e essa é a oportunidade perfeita para descobrir os planos do general. Mas será que Jude conseguirá ser ardilosa a ponto de conseguir informações que a ajudem e não revelar sua verdadeira identidade? Uma guerra se aproxima e a Grande Rainha de Elfhame é uma peça primordial dentro do tabuleiro. Estará ela preparada para as consequências de seus atos?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

***

Quando eu li O Príncipe Cruel no ano passado não estava preparado para o quanto esta história ia me arrebatar. Fiquei completamente encantado pelo universo criado por Holly Black e fiquei sedento por mais. Porém, deixei o hype baixar antes de seguir para as continuações e esse ano finalmente decidi me aprofundar e ler as continuações. Depois de finalizar O Rei Perverso, A Rainha do Nada se tornou o livro mais importante na minha meta de leitura e só fiquei me perguntando: por que não li isso antes?

A escrita de Black segue extremamente fluida e envolvente. Após os eventos do segundo livro, Jude tinha voltado para onde tudo começou, o mundo mortal. Ela estava abalada com as traições que sofreu, mas isso lhe gerou um ímpeto de determinação e vingança. Quando ela finalmente volta para Elfhame a história engrena de uma forma que se torna impossível largar o livro até virar a última página. Concluí a leitura em uma sentada e, por mim, o livro poderia facilmente ter umas boas páginas a mais que eu não me importaria.

A evolução de Jude no decorrer da trilogia é inegável. Ela sempre foi inteligente e sagaz, apesar de um tanto inconsequente. Mas admiro a forma como ela sempre buscar pensar dois passos à frente, antecipando até mesmo as ações de seus inimigos para que possa fazer a jogada certeira e derrubá-los. Apesar de se deixar levar por sua paixão por Cardan e tomar uma decisão que a derruba, a forma como ela dá a volta por cima é aplaudível.

Cardan também me surpreendeu bastante neste último volume. Era evidente que ele se fazia de burro para enganar Jude e na verdade era um grande esperto, o que só se provou ainda mais verdadeiro no final do segundo livro. Contudo, o amor que ele sente por Jude – misturado ao ódio, é claro – é inegável. Passei a gostar ainda mais do feérico neste último volume, se é que isso é possível. Fico feliz que Holly ainda escreveu um livro extra voltado para esse personagem tão incrível.

O final, é claro, foi de tirar o fôlego. Eu já estava arrancando os cabelos de ansiedade pelo rumo aos quais os acontecimentos se encaminhavam e Holly foi lá e jogou a última pá de terra por cima de mim. Eu jamais poderia esperar este desfecho e dava gritos de felicidade conforme as coisas iam se desenrolando. Há tempos eu não ficava tão emocionado em um final de trilogia. Preciso mais uma vez tirar o chapéu para Black e sua história.

A Rainha do Nada é um final perfeito para uma série perfeita e traz tudo que uma boa conclusão precisa. Temos muita intriga, ação, política, lutas sangrentas e, obviamente, uma boa dose de romance, apesar de esse estar longe de ser o foco da série. O Povo do Ar foi uma trilogia que me cativou da primeira à última página e eu com certeza recomendo a leitura a todos. Vale muito a pena!

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