Desde que o avô de Esther encontrou a Morte pela primeira vez, a família Solar foi amaldiçoada. Cada membro da família desenvolverá um grande medo e este será o responsável por sua morte. O pai de Esther sofre de agorafobia, o irmão tem pânico do escuro e a mãe tem um medo incontrolável do azar, gastando o pouco dinheiro da família em amuletos e qualquer coisa que traga sorte.
Esther ainda não sabe qual é seu medo, o que a apavora ainda mais. Por isso, ela criou a lista quase definitiva de piores medos, onde ela vai elencando cada um de seus possíveis temores, mas sempre deixando a primeira posição vaga. A lista já tem quase cinquenta itens, desde fantasmas a lagostas, e tudo que Esther deseja é saber qual será seu pior medo, aquele que acarretará sua morte.
Uma noite, depois de voltar do asilo de seu avô, Esther reencontra Jonah Smallwood, um garoto que era seu amigo no passado. Mas o que deveria ser um feliz acaso se transforma em confusão quando ela é roubada por ele, perdendo o celular, alguns doces e sua tão importante lista. Como viver sabendo que outra pessoa conhece seus maiores medos?
Quando o destino coloca Jonah novamente no caminho de Esther, ela não perde a oportunidade de confrontá-lo e, a partir disso, a amizade entre os dois renasce. Jonah está determinado a fazer Esther enfrentar seus medos, de forma que eles consigam encontrar a Morte e fazê-la retirar a maldição da família Solar de uma vez por todas. Mas será que eles vão conseguir?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
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Eu me apaixonei pela escrita de Krystal Sutherland depois de ler A Química que Há Entre Nós e a autora entrou para o meu hall de queridinhas, aquelas que eu me disponho a ler tudo. Então, quando a Alt anunciou o lançamento de uma nova obra de Krystal, imediatamente solicitei meu exemplar e, assim que recebi, me joguei na leitura. E que livro foi esse, meus caros?
A escrita de Sutherland é muito envolvente. O livro é narrado em terceira pessoa, acompanhando a perspectiva de Esther. Ela é uma garota bem diferente, com uma personalidade tímida, mas determinada. Além disso, a menina não usa roupas comuns, está sempre fantasiada de algum personagem ou figura histórica, o que só a torna mais única. Amei a personagem logo de cara.
O ponto mais positivo do livro foi o modo como Sutherland representou as doenças psicológicas, um assunto que está muito em alta na atualidade. Muitas pessoas ainda consideram estas questões como tabu, principalmente quando se trata de depressão na adolescência ou coisas do tipo, afinal “os jovens de hoje não tem motivo nenhum para terem depressão”. Ver toda essa abordagem em um livro YA foi sensacional e tirei o chapéu para a autora mais uma vez.
Gostei muito da relação de Esther com Jonah. Pensei que odiaria o garoto, mas aos poucos vamos percebendo que há muito mais por trás da pose de valentão. Ele sofre com um pai abusivo e precisa proteger a irmã mais nova de qualquer mal que o progenitor possa vir a causar. Terminei o livro apaixonado por ele e torcendo por seu final feliz junto com Esther.
O final foi incrível. A forma como Sutherland deu um fim à maldição foi sensacional, assim como transformar a Morte em um ser (quase) humano, com medos e arrependimentos. Não pensem que este é um livro de fantasia, porque não é, e garanto que depois da leitura vocês vão entender como isso pode ser possível.
Em suma, Uma Lista (Quase) Definitiva de Piores Medos é um livro incrível e necessário, que deixará até o leitor mais exigente satisfeito. Continuo apaixonado por Krystal Sutherland e desejando mais histórias da autora sendo lançadas. Deixo aqui minha recomendação a todos, vale cada minuto de leitura.