Kelsey foi criada em exílio desde que tinha um ano de idade. Ela não sabe muito sobre a vida e nem o motivo desse isolamento. Tudo o que conhece acerca do mundo está relacionado às histórias que lê em seus muitos livros e à convivência com os pais adotivos. Sua única certeza é que em algum momento ela será convocada a assumir o seu lugar ao trono e se tornar a Rainha de Tearling, mesmo desconhecendo qualquer informação a respeito do conturbado reino ao qual está destinada.
Ao completar seus 19 anos, Kelsey é levada pela guarda da rainha, de volta ao seu lugar de direito, a fortaleza. E é exatamente neste ponto que o livro começa.
Durante o caminho ela descobrirá que a situação de seu povo não é das melhores e que eles sofrem devido aos erros cometidos durante o reinado de sua falecida mãe, que os sacrificou com o intuito de satisfazer os próprios prazeres. Para completar, o tio de Kelsey se tornou governante e, assim como a irmã, vem usando o poder de forma errônea, trazendo sobre o país o temor de uma nova guerra com a Rainha vermelha.
Kelsey percebe então que necessita tomar atitudes drásticas e muitas vezes não convencionais, podendo causar revoltas e ainda mais embates. Contudo, apenas dessa forma a paz e a tranquilidade poderão voltar a reinar em Tearling.
Embora tenha crescido solitária e com pouca interação humana, Kelsey se torna uma jovem forte e digna, e mesmo com pouca preparação, ela decide dedicar a sua vida ao reino, mesmo quando muitos, inclusive o próprio tio, torcem contra ela. Até quando ela conseguirá carregar esse fardo e o quanto conseguirá se manter firme no seu propósito? Só lendo para saber.
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Embora contenha uma proposta interessante, vale dizer que a obra tem um ritmo um tanto lento inicialmente, mas acredito que isso se deva ao fato de ser o primeiro volume de uma trilogia e, por consequência, haver a necessidade de explicar muito mais coisas com o intuito de nos ambientarmos à trama. Contudo, no decorrer da narrativa, a história ganha um ritmo mais acelerado e nos surpreende com seus altos e baixos.
Um ponto alto a se destacar, na minha opinião, é que este texto se trata de uma distopia, mas não qualquer uma. Em A Rainha de Tearling temos um enredo que se passa no futuro, no entanto, é como se o mundo tivesse retrocedido, fazendo com que os seus habitantes vivessem como na idade média, sem qualquer tipo de tecnologia a qual estamos acostumados.
Com personagens e uma história muito bem construída, repleta de suspense, ação, morte, traições e reviravoltas; Erika Johansen soube conduzir seu livro de forma magnífica e prender a atenção do leitor da primeira à última página.
Outra questão que vale ressaltar foi que a autora não precisou introduzir um romance na obra para tentar conquistar ou capturar a atenção do leitor. Kelsey até chega a se interessar por alguém, porém sua convicção em assumir o trono e fazer o melhor pelo seu povo vem em primeiro lugar. E é impossível não se encantar com a força dessa personagem.
Para quem ainda se convenceu em ler esse exemplar, aqui vai mais uma dica: o livro teve seus direitos adquiridos para adaptação e terá como protagonista a nossa queridinha Emma Watson. Querem motivo melhor para embarcar nessa leitura?
A Rainha de Tearling não foi uma leitura rápida, mas atingiu completamente minhas expectativas e me deixou ansioso pelo próximo volume. Leiam!