sobre livros e a vida

16/07/2013

Ta Na Estante – ‘A Passagem’ #105

Oi, gente. Tudo bem?

     Hoje voltei com mais uma resenha. Dessa vez, o livro é um presentinho da editora Arqueiro. Vamos conferir?


Livro: A Passagem
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Páginas: 816
Sinopse: Quase um século depois que uma pesquisa científica financiada pelo Exército dos Estados Unidos foge do controle, tudo o que resta é uma paisagem apocalíptica. As cobaias utilizadas nos experimentos – prisioneiros a caminho do corredor da morte – escaparam do laboratório e iniciaram uma terrível carnificina, alimentando-se de qualquer ser com sangue nas veias e espalhando por todo o continente o vírus inoculado nelas. Um em cada 10 habitantes pode ter sido infectado. Os outros nove se tornaram presas desses virais, criaturas animalescas extremamente ágeis e fortes cujos únicos pontos fracos parecem ser a hipersensibilidade à luz e uma pequena área frágil próxima ao esterno. Em uma fortificação construída nas montanhas, cercada de muralhas de concreto e holofotes superpotentes, uma comunidade tenta sobreviver aos constantes ataques noturnos. Mas a precária estrutura que a protege está com os dias contados: as baterias que alimentam as luzes começam a falhar e uma invasão é iminente. Não se sabe o que aconteceu ao resto do mundo: a comunicação foi cortada, não há governo e o Exército nunca cumpriu a promessa de voltar. Provavelmente estão todos mortos. Mas a chegada de uma misteriosa andarilha traz novas expectativas: ao que tudo indica, ela tem as mesmas habilidades dos virais, mas não sua necessidade de sangue. Agarrando-se a essa esperança, um grupo parte da Colônia para buscar mais sobreviventes – e a verdade fora dos muros.

“Quando o homem tenta ser imortal,
o fim da humanidade é uma questão de tempo.”

     A história de A Passagem divide-se em diversas partes, mas são duas formas de contar que realmente dividem o livro.

     Parte 1 – O Começo do Fim

     Tudo começou com um experimento militar ultra-secreto. Um vírus seria inserido em prisioneiros condenados a morte, homens que não tinham ninguém que se importasse com eles. Esse vírus, que, a princípio, deveria curar doenças como o câncer, estava sendo utilizado para criar soldados invencíveis.  O experimento deu certo, em parte. O vírus agiu como o esperado, fazendo com que seu hospedeiro ganhasse características sobre-humanas. Porém, houve um problema. Juntos dos novos “poderes” as cobaias desenvolveram sensibilidade à luz, uma sede insaciável por sangue e um instinto assassino, totalmente incontrolável.

     Mesmo com todos os esforços, as cobaias fogem e espalham o caos, matando tudo que encontram pela frente. Nada pode detê-los. Uma única mordida condena você. Logo, o contágio se espalha assustadoramente.

     No meio disso tudo se encontram Wolgast e Amy. Wolgast é um ex-agente do FBI, responsável por convencer os condenados a fazer parte do Projeto Noé. Amy é uma doce menina de seis anos que recebe o estágio final do vírus, o que deveria torná-la imortal. Ela está sozinha no mundo e é tarefa de Wolgast entregá-la para seus superiores. Porém, os dois criam um laço forte. Quando o caos se espalha pelo mundo, Wolgast e Amy fogem. Ele cuida dela e faz de tudo para entender o que está acontecendo com ela. Tudo isso em apenas 300 páginas. Nessa parte, você está se acostumando com a leitura, se afeiçoando aos personagens, se emocionando com a relação de Wolgast e Amy e, então, ocorre uma grande passagem de tempo.

     Parte 2 – Vivendo no Fim

     Essa segunda parte se passa 92 anos após o fim da parte 1. A partir daqui, vemos como o mundo ficou após a fuga das cobaias, chamadas de virais, e como um grupo de sobreviventes tenta se reerguer. Então, conhecemos a população da Colônia, um lugar escondido nas montanhas, criado pelo Exército, para garantir que a humanidade não seria extinta. Para lá foram levadas diversas crianças para viverem em segurança, atrás de muros altos e uma forte luz que impedia a invasão dos virais durante a noite. Mesmo depois de quase 100 anos, a Colônia ainda está em pé. As pessoas vivem em uma perfeita harmonia, mas cientes do perigo que existe do outro lado do muro. Quando uma misteriosa jovem garota, A Garota de Lugar Nenhum, aparece no portão da Colônia, a história toma um rumo diferente, fazendo a pacata Colônia se transformar.
   
     É nesse lugar que conhecemos os personagens que vão nos acompanhar até o término da leitura. O foco principal está em Amy, que, mesmo depois de todo esse tempo, continua com sua aparência jovem, sendo descrita como se tivesse aproximadamente 14 anos.

     Também somos apresentados a Peter, Alicia, Sara, Michael, Caleb, Mausami, Theo e muitos outros.

     Gostei bastante do estilo da escrita de Justin Cronin, pelo fato de ele não focar nunca em um só ponto de vista, mas sim em vários, o que me deixou nervoso e ansioso em algumas situações. Porém, isso acabou por ser um ótimo ponto para o livro, que mostrou para que veio. Li diversas críticas sobre o livro, onde as pessoas reclamavam um pouco da enrolação. Sim, o livro enrola bastante, mas é algo totalmente necessário, que engrandece a leitura.

     Essa história não tem um protagonista específico. Antes, eu disse que o foco central está na Amy, mas ela não é a mocinha que vai salvar o mundo. Todos os personagens têm sua importância no decorrer do enredo, desde aquele que aparece a todo o momento até aquele que aparece rapidinho, em uma cena ou duas. Os personagens que mais me cativaram foram Peter, Alicia, Sara e Mausami. Peter pelo fato de sempre viver a sombra do seu irmão, querer mostrar seu real valor; Alicia por ser sempre durona e saber o que fazer nos momentos de perigo; Sara por ser sempre doce e estar sempre ali, atenta a todos que precisavam dela; Mausami por não desistir do amor da vida dela, mesmo depois de ele ser declarado morto.

     Um grande ponto positivo para o livro são as reviravoltas. Elas nos acompanham em todo momento. Algumas cenas podem começar um pouco paradas, mas surge algo que te faz avançar na leitura em um piscar de olhos. Várias pessoas afirmaram que essa história é um grande clichê, mas discordo totalmente. Pra começar, Cronin mostra passo a passo do início do Apocalipse, diferente de muitos livros. Os virais podem ser um pouco parecidos com outros vampiros/zumbis da literatura, mas até eles têm uma emoção e histórias para nos envolver.

     A Passagem foi um livro que me conquistou no decorrer da leitura. Fiquei bem assustado inicialmente, devido às suas 815 páginas. Porém, conforme você vai lendo, nem percebe que o livro é tão grande. Por mim, ele poderia ter mais 800. Demorei certo tempo para terminar o livro, pois tive uma ressaca durante a leitura. Eu não queria que o livro acabasse e me enrolava para ler.

     Adorei a história. Todo o conjunto da obra me fez ficar com um imenso “E se…” na cabeça. Enfim, recomendo a todos a leitura e tenho certeza que A Passagem conquistará você assim como me conquistou!

* * *
Essa postagem está concorrendo ao TOP COMENTARISTA
Clique AQUI e saiba como participar!

Comentários

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Ei, eu sou a Barb, tenho 27 anos, sou baiana, estudei Letras e compartilho conteúdo desde 2010 na internet. Por aqui, escrevo sobre tudo que faz meu coração bater mais forte.

Se inscreva no meu canal do youtube

Além do meu amor pela leitura e pelas histórias de romance, eu compartilho vlogs sobre a minha rotina e trabalho, mostrando como é a vida de uma baiana morando em Madrid, na Espanha.

Ei, inscritos no Telegram

Faça parte do nosso grupo aberto e gratuito no Telegram. Lá os inscritos recebem novidades, conteúdos exclusivos, além de um podcast semanal (em áudio) sobre o que se passa na mente da criadora de conteúdo.

Telegram

Quer receber minha newsletter?

Vamos conversar mais de pertinho? Enviamos conteúdos semanais sobre assuntos mais intimistas: reflexões sobre a vida e situações cotidianas.