Oi, gente. Tudo bem?
Livro: A Outra Vida
Série: The Weepers (#01)
Autora: Susanne Winnacker
Editora: Novo Conceito
Páginas: 272
Sinopse: O mundo de Sherry — de uma hora para outra — mudou completamente. Por causa de um vírus muito contagioso, as pessoas que ela costumava conhecer, e quase todas as pessoas de sua cidade, Los Angeles, na Califórnia, se transformaram em mutantes assustadores. Esses mutantes têm uma força excessiva, são ágeis, o corpo é coberto de pelos, eles lacrimejam um líquido imundo e… comem gente! Portanto, não há muito o que fazer — talvez tentar fugir — quando se encontra algum deles. A não ser que você tenha ao seu lado a força e a determinação de um jovem como Joshua. Joshua perdeu uma irmã para os mutantes e sua raiva é tão grande que ele seria capaz de vingar todos aqueles que perderam alguém para as criaturas. No entanto, para que esta revanche aconteça, é preciso prudência. Afinal, até que ponto a disseminação deste vírus foi uma coisa realmente natural? Que poderosos interesses estão por trás desta devastação? E será que Joshua e Sherry conseguirão ter a cautela necessária para lutar contra as criaturas justo agora que seus corações estão agitados pelo começo de uma paixão?
O pai e a mãe de Sherry vivem brigando pelos motivos mais insignificantes. A avó só quer saber de tricotar após a morte do avô, que está há seis meses dentro do freezer para não apodrecer. Os irmãos menores, Bobby e Mia, estão tão entediados quanto ela, com a mesma reprise de A Pequena Sereia passando na televisão.
Numa certa manhã, o pai avisa a família que o estoque de comida se esgotou antes do previsto. Eles só tem uma última lata de carne para alimentar seis pessoas. O que fazer diante dessa situação? O pai, sem querer ver sua família morrer de fome, decide sair do abrigo pela primeira vez em três anos em busca de comida.
Com vontade de ajudar e ansiosa para ver o mundo novamente, Sherry consegue convencer o pai a deixá-la acompanhá-lo nessa busca. Com isso, os dois saem juntos bem cedo, com a promessa de retorno no dia seguinte e avisando que caso não voltem, a família deve tentar encontrar um lugar seguro para viver.
Sherry e o pai pegam o carro para circular pelas redondezas, mas não sem antes perceber o caos que se espalhou pela cidade. Não há um único ser vivo nas ruas, que parecem ter sido bombardeadas. O único sinal de que houve vida por ali é um par de corpos em decomposição. Mas o que será que os matou?
Um mercado da região é escolhido por Sherry e o pai como sua fonte e decidem entrar no local em busca de alimentos ainda conservados. Acontece que os dois são surpreendidos e atacados por duas criaturas bizarras. Na confusão, Sherry e o pai se separam e é quando a garota encontra Joshua, que lhe salva do monstro e a resgata. Porém, o pai da garota está desaparecido e possivelmente morto.
Joshua é um garoto não muito mais velho que Sherry, que lhe conta o que aconteceu ao país nos últimos anos. Ele vive com outros sobreviventes em um vinhedo, conhecido como Refúgio, e é para lá que leva a garota, de forma que ela possa se alimentar e tratar seus ferimentos, para no dia seguinte resgatar sua família do abrigo e ir em busca do seu pai.
Sherry fica sabendo que o vírus da raiva tomou proporções elevadas, transformando os contaminados naquelas criaturas horrendas, conhecidas como Chorões. Os Chorões dominaram a cidade e devoram qualquer criatura, humana ou animal, que se aproxime deles.
Chegando ao Refúgio, Sherry é tratada por Karen, que era enfermeira em sua “outra vida”, e fica sabendo mais sobre o local e sobre o misterioso Joshua, que tanto lhe intrigou.
Logo na manhã seguinte, após uma tensa noite de sono, um banho e um reforçado café da manhã, Sherry e Joshua saem para resgatar a família da menina do abrigo e tentar encontrar o pai. Mas será que ainda há tempo de salvá-lo? E como Joshua e Sherry irão fazer para sobreviver nessa busca?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler.
Eu comecei a ler A Outra Vida de forma totalmente despretensiosa e sem expectativas. Muito tempo sem ter lido um livro, queria algo dentro do meu gênero favorito, que sabia que me prenderia. Logo no começo, fiquei preso sob a escrita da autora e só consegui largar o livro ao virar a última página.
A escrita de Susanne Winnacker é ótima, flui deliciosamente, embora tenha alguns problemas aqui e ali. A autora parecia um pouco perdida em sua própria narrativa, principalmente na passagem de tempo. Há certas lembranças que Sherry tem de sua vida de antes que não condizem com as atitudes de uma menina de 12 anos e isso me frustrou um pouco.
Além disso, Susanne quis nos fazer engolir um romance sem pé nem cabeça, desenvolvido a partir do nada e já intenso logo no começo. Não consegui aceitar e essa foi uma das falhas na história. Já que o livro é o primeiro da série, poderia ter deixado pra mais tarde, né?
Os personagens foram muito bem caracterizados, apesar de as personalidades serem um tanto discutíveis. Sherry e eu temos uma relação de amor e ódio. Eu admiro sua garra em salvar sua família e querer mostrar que não é só uma garotinha. Mas, convenhamos, tinha momentos que ela irritava demais com seus mimimis culpados, que eu morria de vontade de entrar no livro e dar uns sopapos nela.
Joshua… o que falar de Joshua? Gostei e não gostei. Seu drama de vida é tocante e seu jeito badass também, mas sei lá, não me conquistou como mocinho. Em momentos ele era distante e sombrio, outros alegre e brincalhão. Além disso, tinha Sherry, pra quem ele mal dava a mínima e logo estava amando. Desculpa, tia Susu, você errou. De novo.
Os coadjuvantes não tiveram muito espaço. Não sabemos exatamente qual a história de cada membro do Refúgio, só algumas pinceladas, mas acredito que isso será desenvolvido nos próximos livros da série. Ao menos tenho esperança de que sim.
Quanto ao apocalipse em si, acho que Susanne acertou. E errou. Como posso explicar? Adorei o modo como ela desenvolveu os Chorões no começo e a teoria do vírus e tal. Porém, da metade em diante, os monstros que eram tão monstruosos (ae, Leonardo, super original) e difíceis de matar, já pareciam criaturas indefesas e coitadinhas.
Mas há um ponto positivo. Claro, sempre há. A autora não teve medo de chocar o leitor. Eu pedia sangue e ela dava sangue. Adorei isso. Realmente, não me importaria se tivesse uma dose a mais, mas como o livro é um jovem-adulto, foi na medida certa.
O final me deixou desanimado. Não sei bem o que esperar da continuação e se vou persistir. Ficaram algumas pontas em aberto, mas posso sobreviver sem saber o que acontece depois. Aos mais curiosos, acredito que vai ser um inferno esperar.
A capa do livro não é das mais atraentes, mas passa bem o tema do livro. A revisão da editora Novo Conceito está ótima, encontrei alguns errinhos de digitação, mas nada de muito gritante. A diagramação está linda e espero que se mantenha nos próximos livros.
Chega de falar. Hora de finalizar. A Outra Vida foi um livro que tinha tudo pra ser bom, mas foi mais ou menos. Porém, isso não desmerece a obra em si. Eu recomendo sim, acho que muitos vão gostar e se deliciar nessa trama. Mas nada de ir com muita sede ao pote, ouviram? Não esperem uma trama intrincada e complexa. É jovem-adulto. 😉