sobre livros e a vida

16/12/2014

Tá Na Estante :: ‘Eve & Adam’ #346

Oi, gente. Tudo bem?

Estou de volta com mais uma resenha para vocês. O escolhido de hoje é um dos lançamentos de novembro da editora Novo Conceito. Vamos conferir?!

Livro: Eve & Adam
Autores: Michael Grant e Katherine Applegate
Editora: Novo Conceito
Páginas: 272
Sinopse: Filha única da poderosa e fria geneticista Terra Spiker, Eve fica entre a vida e a morte depois de sofrer um acidente de carro. O processo de cura no misterioso laboratório Spiker transcorre com uma rapidez impressionante, o que desperta a curiosidade da menina. Antes que Eve estreite os laços com Solo, um rapaz que compartilha segredos com a corporação, a Dra. Spiker lhe propõe um desafio: Eve terá a chance de testar, em primeira mão, um software desenvolvido para manipular gens humanos. Ela poderá criar um namorado sob medida! Mas brincar de Deus tem consequências, e agora Eve vai descobrir até que ponto existe perfeição.

Evening Spiker foi atropelada e ficou entre a vida e a morte. No acidente, sua perna foi decepada e colocada de volta após uma cirurgia. Espera-se que ela volte a andar normalmente, mas o tempo de recuperação deve ser muito longo, tendo em vista a gravidade da situação.
Porém, a mãe da garota, a brilhante cientista Terra Spiker, não deseja que a filha passe o tempo de recuperação em um hospital comum e leva a filha para seu hospital particular dentro do laboratório Spiker, de sua propriedade, mesmo que essa decisão arrisque a vida da menina.
Na Spiker, mora Solo Plissken, um garoto da idade de Eve, filho dos ex-sócios de Terra. Os pais do garoto morreram em um acidente de carro anos antes e desde então ele está sob a tutela de Terra. Solo nutre um profundo ódio pela tutora, devido ao fato de ela ter rompido a sociedade com os pais, que era gênios da biotecnologia. Ele vive isolado no complexo da Spiker, buscando passar despercebido, enquanto reúne provas para revelar os segredos de Terra e derrubá-la.
Eve está cansada de passar o dia todo sozinha no complexo e por isso sua mãe lhe dá uma função: testar um software que permite manipular os genes humanos e criar seres perfeitos. Com isso, Eve passa a criar seu próprio humano, Adam. Enquanto isso, a garota vai tentando salvar sua melhor amiga Aislin, que se mete em diversas confusões por causa de seu namorado traficante.
Solo e Eve começam a passar muito tempo juntos e o garoto começa a se questionar sobre suas intenções para com Terra. Ele decide então contar para Eve que nem tudo que acontece na Spark Biopharm é o que parece e que a própria Eve tem um passado misterioso, resultado de experimentos feitos por Terra. Com isso, a menina fica cada vez mais confusa e sem saber em quem confiar: em sua mãe, que sempre foi um poço de gelo, ou em Solo, que mexe com seu coração a cada dia mais. 
Quando Solo faz uma descoberta e passa a correr risco de vida, Eve é a única que pode salvá-lo, mas o destino é um cara confuso e fará de tudo para impedir que isso aconteça.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler.
Desde o ano passado, quando a Novo Conceito liberou a capa do livro na Bienal do Rio, eu fiquei morrendo de vontade de lê-lo. Adoro livros desse gênero futurístico e quando a editora anunciou o lançamento para o mês passado, tratei de adquirir meu exemplar e passar o livro na frente da minha lista de leituras imensa.
Sou um admirador da escrita de Michael Grant, autor da série Gone. O livro foi escrito em coautoria com sua esposa, Katherine Applegate, autora da série Animorphs. Apesar de não ter gostado da escrita de Katherine, minhas expectativas estavam lá no alto. Pra variar, caí do cavalo. E feio.
O livro é narrado em primeira pessoa, sob o ponto de vista de Eve, Solo e um personagem surpresa. Acho que Katherine desenvolveu Eve enquanto Michael criou Solo. E isso foi um grande problema, já que Eve toma conta de mais de 80% da trama. A escrita de Katherine é entediante e bobinha, típica de livros infantis e foi impossível me conectar com Eve.
A protagonista é completamente mal desenvolvida, sendo confusa em muitas situações. Oras ela é uma garota decidida, responsável e independente, oras é bobinha, irritante e ingênua. Quer dizer, na maior parte do tempo ela é irritante, tomando sempre as piores decisões para sair das encrencas. Em contrapartida, Solo é incrível. Logo me conectei com o personagem e estava torcendo para ele se dar bem.
Aislin foi a única que me convenceu. A garota é completamente despojada, com a língua solta e extremamente leal à Eve. Aislin é próxima do real, uma garota amável e apaixonada. Se ela fosse a protagonista, acho que o livro teria sido muito melhor aproveitado.
O romance é bem sem graça, aquele típico “à primeira vista e felizes para sempre”. Os autores até tentaram nos fazer engolir um triângulo amoroso, mas foi tããããão ZzzZZzz que foi impossível nos prender. A resolução do triângulo foi extremamente clichê e deu vontade de tocar o livro longe.
O pior foi que o livro não cumpriu o que prometia. Eu esperava uma revolução tecnológica e que o projeto de criar o ser humano perfeito teria mais enfoque. Porém, foi apenas uma subtrama e seu destaque se deu apenas no final, para a resolução do clímax. Decepcionante.
O trabalho da Novo Conceito está impecável. A revisão está ótima, sem erros de revisão ou digitação. A diagramação é bem elaborada, a maçã sempre presente no decorrer das páginas. A tradução também está ótima, uma grande evolução.
Infelizmente, Eve & Adam foi uma grande decepção. Não fui atrás para saber se há continuação, mas acredito que seja um livro único, pois o final não deixou nenhuma ponta solta e eu não leria se houvesse. E Katherine, querida, volte a escrever seus Animorphs e deixe as coisas interessantes pro seu marido desenvolver. Grato.
Acho que não preciso dizer que não recomendo, né? Mas caso queiram se arriscar, preparem-se para uma boa dose de tédio e confusão.
BEIJos E ATÉ A PRÓXIMA! 
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