Gwendy Peterson tem doze anos e começou a sofrer com os comentários de um garoto na escola sobre suas gordurinhas a mais. Por isso, ela decide subir e descer os mais de 300 degraus da escadaria que leva a Castle View todos os dias, para se exercitar e conseguir perder os quilos que tanto a incomodam. E é em uma dessas aventuras pela escadaria que seu caminho cruza-se com o do Sr. Farris.
A garota está fazendo a subida quando repara no estranho homem sentado em um banco em frente ao parquinho. Com um traje bastante diverso ao clima em que estão e com um chapéu preto na cabeça, Gwendy sabe que aquele homem é sinônimo de encrenca, mas mesmo assim atende ao seu chamado quando ele pede para conversar com ela.
O Sr. Farris diz estar observando Gwendy há algum tempo, mas que não lhe deseja fazer nenhum mal. Pelo contrário. Ele acha que a menina é especial e pede que ela guarde consigo uma caixa de botões coloridos, tendo cada um desses botões uma função específica, que Gwendy já consegue imaginar qual seja.
Além disso, a caixa possui duas alavancas. Uma libera um chocolate em formato de animal, que sacia a fome da menina imediatamente e a ajudaria a perder peso. Já a outra libera um dólar de prata raríssimo, que pode valer uma fortuna. O Sr. Farris deixa a caixa aos cuidados de Gwendy e pede que a garota a use com sabedoria. Mal sabe a jovem menina que receber essa caixa vai mudar sua vida para sempre… Estará ela preparada para tamanha responsabilidade?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
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Stephen King é um dos meus autores queridinhos e, mesmo sem ter lido tantos livros dele até agora, sei que vai me agradar. Então, quando a Suma anunciou o lançamento de A Pequena Caixa de Gwendy, imediatamente solicitei meu exemplar. No último domingo tive um pequeno período de ócio e resolvi ler as primeiras páginas da obra, para ver o que me aguardava, e só consegui largar quando terminei.
Ao contrário de seus livros mais antigos, onde aborda uma narrativa mais prolixa, nesse lançamento recente, King traz uma escrita mais leve e fluida, indo direto ao ponto. Somando isso com as poucas páginas – o que se tratando do autor é algo raro de acontecer -, concluí a leitura em menos de uma hora e fiquei com inúmeras reflexões na cabeça.
A narrativa é feita em terceira pessoa, pela perspectiva de Gwendy. Vamos conhecer a personagem aos 12 anos e acompanhar sua trajetória até a faculdade, carregando consigo o fardo de ser a portadora da caixa. Sua vida mudou radicalmente depois do encontro com o Sr. Farris, trazendo tantas coisas boas, mas algumas ruins ao mesmo tempo.
Ter o poder do mundo nas mãos e poder fazer qualquer coisa com o apertar de um botão pode ser mais tenso do que parece. Muitos podem dizer que usarão esse poder para o bem, mas quantos realmente o farão e não se deixarão corromper? Gwendy toma algumas decisões erradas no caminho, mas mostra que sabe o que está fazendo, mesmo sendo tão jovem quando ganha a tutela da caixa.
Tendo a reflexão como o ponto forte e deixando de lado o terror, King criou uma obra única e surpreendente, que consegue agradar bastante seus fãs. Acho que alguns leitores mais exigentes podem encontrar defeitos, mas eu, particularmente, adorei e recomendo a todos. Espero que gostem!