Anna Fox é uma psicóloga infantil conceituada que precisou abandonar sua carreira devido a um transtorno psicológico ligado a ataques de pânico.
Anna sofre de agorafobia e não consegue sair de casa devido ao medo de espaços abertos. Por esse motivo ela vive trancada em sua casa de quatro andares, acompanhando a vida alheia por suas grandes janelas.
Enquanto vamos acompanhando a rotina de nossa protagonista, percebemos que sua narração não é 100% confiável. Anna vive dopada de remédios e sempre mistura seus medicamentos com Merlot, seu vinho favorito.
Nessa vida solitária e de reclusão, os momentos felizes de Anna são durante as ligações da filha de oito anos e do ex-marido, que mesmo a distância mantém uma rotina de contato diário.
Instruída por seu psicólogo, Anna mantém também alguma interação com David, seu inquilino que vive no porão e ajuda na manutenção da casa. Essa rotina tranquila ocorre por dez meses, tempo exato no qual Ana passou por um momento traumático em sua vida.
Mas quando os novos vizinhos se mudam para a casa do outro lado do parque e Anna começa a acompanhar com sua câmera a rotina de Alistair, Jane e do gentil adolescente Ethan Russell, as coisas começam a mudar.
Após uma noite de bebedeira e remédios, Anna se depara com uma cena perturbadora acontecendo na casa dos vizinhos. Ela jura que o acontecimento é real, mas sem provas acaba sendo desacreditada pela polícia e pela vizinhança.
Como provar algo quando nem mesmo você tem certeza do que viu? Esse é o suspense que permeia todo o enredo e deixa o leitor questionando a tudo e a todos.
Durante a leitura fiz várias teorias e até consegui acertar algumas, no entanto nada me preparou para o final inesperado e impactante que o autor reservou a essa obra, e digo que estou perplexa até agora.
Misterioso, sombrio e repleto de suspense, A Mulher na Janela é um thriller instigante, com uma narrativa fluída e uma trama complexa que testa o leitor sobre a capacidade de discernir entre o que é real ou fruto da imaginação de nossa protagonista.