Quando estava na sétima série, os pais de Annika decidiram tirá-la da escola para protege-la do bullying que vinha sofrendo de suas colegas e a menina seguiu estudando em casa até o final do ensino médio. Mas então chegou o momento de abandonar o ninho e ir para a faculdade, algo pelo qual Annika não estava muito ansiosa, mas disposta a enfrentar.
No início, Annika ficou bastante retraída e chegou ao ponto de ligar para os pais, querendo abandonar tudo, mas eis que sua colega de quarto, Janice, tornou-se sua melhor amiga e, através dessa nova amizade, Annika passou a conhecer mais o campus e até entrou para o clube de xadrez da faculdade, mostrando-se uma exímia jogadora.
Quando Jonathan chega transferido de outra universidade e se torna o parceiro de xadrez de Annika, a menina não esperava que ele se tornaria tão importante para ela. A jovem não é uma garota comum e suas características tão diferentes costumam afastar as pessoas, mas Jonathan é um cara diferente e parece aceitar cada pedacinho seu, por mais estranho e fora do padrão que seja.
Mas, por algum motivo, o relacionamento dos dois acaba e eles perdem o contato. Isso até que em 2001, 10 anos depois, os dois se cruzam por acaso em um mercado de Chicago. Jonathan tornou-se um membro importante dos negócios corporativos, enquanto Annika realizou seu sonho de trabalhar em uma biblioteca, cercada pelos livros que tanto ama.
Esse reencontro poderia ser algo ocasional, de forma que os dois não se vissem mais, mas Annika mudou com o passar dos anos – e a ajuda de sua terapeuta, Tina. Ela quer Jonathan de volta em sua vida, mas para tê-lo ela precisará enfrentar os motivos pelo qual eles terminaram anos atrás e provar que dessa vez as coisas serão diferentes.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
***
Há anos eu ouço falar sobre Tracey Garvis Graves, conhecida pelo romance Na Ilha, mas nunca dei uma chance para seu livro apesar de tê-lo na estante. Porém, quando alguns blogueiros se uniram para o marketing do novo livro da autora a ser publicado no Brasil e me convidaram para dar uma chance a leitura, não pude recusar. E eis que então finalmente me rendi aos encantos dessa autora fabulosa.
Sem Lógica Para o Amor é narrado em primeira pessoa, alternando as perspectivas de Annika e Jonathan e entre passado e presente. A obra foi originalmente publicada em 2019, mas o enredo se passa em 1991 e 2001, o que é um ponto bastante interessante, pois a maioria dos livros de romance que leio são contemporâneos e a falta da tecnologia e outras coisas mais atuais foram bem chocantes.
A escrita de Tracey é bastante fluida e envolvente. Somando isso com personagens cativantes, descrições bem imersivas e diálogos bem conectados, concluí o livro em uma sentada. Há tempos não me divertia tanto com um romance e o melhor de tudo pra mim nessa obra foi a questão da inclusão, que só fez o livro subir pontinhos na minha lista.
Desde o começo sabemos que Annika é diferente. Seu modo de ver o mundo é bem único, ela não tem medo de ser indelicada ou faz coisas que não quer para agradar os outros. Muitos tentaram se aproveitar dela por isso, já que ela também é uma garota muito bonita, e na maioria dos casos a jovem não soube ver a maldade nos outros. Annika está dentro do espectro autista e tê-la como protagonista de um romance é algo lindo de se ver.
Jonathan é um personagem encantador. Desde o primeiro momento dele na história eu soube que não ia me decepcionar e eu estava certo. Ele é um verdadeiro cavalheiro, realmente ama Annika e não se importa com que os outros pensam, só quer fazer sua amada feliz. Um verdadeiro príncipe encantado. Torci muito pelo felizes para sempre dos dois.
Também gostei muito de ver o xadrez sendo evidenciado na história. Não só foi a abertura para Annika e Jonathan se conhecerem, como o motivo pelo qual eles continuaram interagindo até o romance finalmente deslanchar. Além disso, ver toda a estratégia que Annika tem para jogar em contraste com sua falta de habilidade para entender as pessoas foi algo bem divertido.
Sem Lógica Para o Amor é um livro fofo, envolvente, divertido e muito bem escrito, com um dos melhores clímax que eu já tive o prazer de encontrar em um romance (o ano não é 2001 à toa, gente. Apenas digo isso). Deixo aqui minha recomendação a todos e já quero mais Tracey no Brasil.
Quero deixar um agradecimento especial à Editora Jangada, pela confiança no meu trabalho e pelo envio do exemplar para leitura e resenha!