Trevor passou bons momentos da sua infância na casa de seu avô, em New Bern. Agora que ele faleceu e perto de começar uma nova fase em sua carreira, fez total sentido para o ex-militar passar algum tempo por lá. A casa precisa de atenção e muitos reparos, mas depois de seis meses fechada, ela com certeza deveria estar mais, digamos, empoeirada.
Enquanto não decide qual será o destino do imóvel, Trevor ocupa seus dias com o cuidado das colmeias – também herdadas por ele – atividade física, alimentação saldável, algumas sessões de terapia e o enigma sobre as circunstancias que levaram seu avô, já com idade avançada, a querer cruzar três estados em uma caminhonete caindo aos pedaços. Ele sobre um AVC ao volante e suas ultimas lavras a Trevor, já no hospital, não faziam muito sentido. O que havia acontecido?
O Retorno é uma história linear, sem muitos acontecimentos e que jamais poderia ser descrita como surpreendente. Porém, ainda é uma boa história de drama familiar, que fala sobre stress pós traumático, culpa, superação e claro, recomeços.
Natalie trabalha na polícia local. Ela desperta em Trevor sentimentos antigos, mas numa intensidade que ele nunca havia experimentado. Tudo em Natalie é muito misterioso, mas não o suficiente já que matei a charada bem antes do autor revelar quão complexos eram seus dilemas. É tocante e reflexivo, porém o romance deles não me envolveu. Foi rápido demais! Queria um pouco mais de tempo para desenvolver esse sentimento tão intenso e duradouro.
Outra mulher importante nessa história é a jovem Callie. Ela mora no final da rua, em um estacionamento de trailers, e parecia ter alguma amizade com o avô de Trevor. Ele tem certeza que ela está mentindo, a começar pela sua idade, mas sempre que tenta puxar alguma conversa ela foge irritada. Como ela poderia saber algo sobre o paradeiro dele? E porque vivia se escondendo? A única reviravolta que temos na história envolve justamente Callie. A deixa veio justamente quando eu já estava desistindo da leitura e me ajudou a acelerar o ritmo na segunda metade da história.
Esse é um drama para ser lido devagar, talvez em no meio de uma viagem ou para quebrar o ritmo de leituras mais densas. O final foi lindo, deixando aquele quentinho no coração!