Nesse livro vamos conhecer Harriet Westaway, uma mulher que trabalha lendo cartas de tarô no píer onde vive. Ela está passando por inúmeras dificuldades financeiras e sua situação está cada vez mais problemática, a ponto de ela precisar pedir dinheiro a um agiota para pagar suas contas e ter o que comer.
Sem muita saída, Hal está entrando em desespero para pagar suas dívidas, até que uma carta muda o rumo de sua vida para sempre. Harriet foi criada pela mãe e não conheceu o pai, sabendo poucas informações a respeito de quem ele é. Ela não tinha nenhuma outra família, mas a correspondência lhe dizia que sua avó, a Sra. Hester Mary Westaway, havia falecido e que ela teria direito a alguma coisa da herança.
A carta deixa Hal em choque. Ela nunca sequer cogitou a possibilidade de ter uma avó, tampouco que tivesse algum patrimônio para deixar de herança. Mas se essa história é mesmo verdade, como que ela foi encontrada pelos advogados? Certa de que é um engano, mas com certa esperança de se sair bem nessa história, Harriet junta suas economias e parte para a mansão Trepassen House em busca de uma mudança.
“Era agora. O momento da verdade. As palavras flutuaram em sua mente sem convite, e ela riu. Verdade? Não. Mentiras. Era o momento das mentiras.”
Durante a viagem, Hal faz várias pesquisas sobre a família, com o objetivo de criar um roteiro para suas mentiras. Mas chegando a mansão, tudo é uma surpresa. A falecida Sra. Westaway não parecia o tipo de pessoa amorosa e nenhum dos familiares tem lembranças boas sobre ela. Além disso, nenhum deles parece gostar da presença de Harriet ali. Será que ela conseguirá manter seu esquema e se sair bem dessa história?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
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Depois de fazer tantas leituras de romances e fantasias, entrei numa vibe de thriller e revirei a estante em busca de uma história que me atraísse. Eis que me deparei com A Morte da Sra. Westaway, que recebi de cortesia da Editora Rocco no ano passado e resolvi dar uma chance. Meu único arrependimento é de não ter lido nada de Ruth Ware antes.
A escrita da autora é eletrizante e fluida, daquelas que te prende desde o início. O mistério foi muito bem construído, me deixando instigado sempre, sem cair na mesmice em momento algum. Gostei muito da forma como Ruth foi soltando várias pistas, mas sem entregar muita coisa, deixando o melhor para o final.
Harriet é uma personagem muito bem construída. De início, cheguei a suspeitar um pouco dela, por conta das suas intenções referentes à herança da Sra. Westaway, mas conforme a história ia avançando, percebemos que tudo foi guiado pelo desespero. Ela não tinha com quem contar, passando por poucas e boas.
“Era sempre assim. Os céticos jamais se convenciam, e os que acreditavam não podiam ser convencidos do contrário.”
Outro ponto interessante do livro é a parte referente ao tarô. A forma como Harriet explica as cartas e as interpreta é muito convincente. O baralho antigo de sua mãe a acompanha na viagem para a mansão da Sra. Westaway e se torna uma espécie de amuleto para ela, lhe ajudando muitas vezes em momentos de angústia.
O final foi de tirar o fôlego. Conforme a história ia avançando, levantei várias teorias sobre o desfecho e por uma boa parte da trama tive certeza de que estava certo em uma, mas veio uma nova informação que não só derrubou minha teoria por terra como deu uma enorme reviravolta na obra. Tirei o chapéu para Ruth Ware!
Em suma, A Morte da Sra. Westaway é um thriller muito bem construído, com personagens marcantes e uma escrita envolvente e fluida. Sem sombra de dúvidas, recomendo a história a todos e com certeza quero ler mais obras da autora, que tem outros 03 livros publicados aqui no Brasil.