A vida está corrida, mas eu sempre tenho tempo para uma leitura e, é claro, para contar sobre ela para vocês. Vamos descobrir o que eu achei de Dias Infinitos.
Lenah Beaudonte foi transformada em vampira contra sua vontade. Apesar disso, viveu anos nessa condição aproveitando tudo que pôde… até o momento que cansou. Lenah queria voltar a ser humana e um antigo ritual era sua única alternativa, mas alguém precisaria sacrificar-se em prol de sua transformação.
Até que, no dia do seu aniversário de 592 anos, Lenah desperta como humana. Seu amor e melhor amigo, o vampiro Rhode, realizou o ritual. Com isso, ele tem pouco tempo de vida e não estará mais ao lado de Lenah, como seu conselheiro, e ela precisará acostumar-se com esse novo estilo de vida. Lenah hibernou durante 100 anos e perdeu muitos acontecimentos e avanços da tecnologia.
Durante os primeiros dias como humana, a vida de Lenah demora a entrar no rumo. Ela aparenta ter 16 anos e está matriculada em uma escola, mas, caramba, ela tem mais de quinhentos anos e fala dezenas de línguas, realmente não precisa estudar. Além disso, ela está preocupada com seu coven, que não aceitará sua escolha de voltar a ser humana.
Logo no primeiro dia, Lenah faz amizade com Tony. Os dois tornam-se próximos e passam todo tempo juntos, com Tony ensinando Lenah sobre as coisas que, teoricamente, ela deveria saber, e ela sendo modelo para ele retratá-la.
Lenah sempre foi apaixonada por Rhode e nutria fortes sentimentos por Vicken, um dos membros de seu coven. Ela achou que nunca experimentaria novamente essa sensação, mas isso muda quando ela conhece Justin.
Justin é o garoto popular, namora a menina mais popular, que faz parte de um grupo de meninas populares e blá-blá-blá. Lenah é a garota esquisita, com atitudes esquisitas e as chances dela com Justin deviam ser nulas. Entretanto, algo nela desperta a atenção dele e os dois aproximam-se, contrariando todas as regras.
Com isso, Lenah desperta para sua nova vida e está preparada para entregar-se de corpo e alma a tudo isso. Mas quando o dia 31 de outubro, data em que ela deveria despertar e reencontrar seu coven, se aproxima, os perigos e as incertezas começam a rodeá-la e a vida dela e daqueles que ela passou a amar pode estar com os dias contados.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler.
Quando solicitei o livro, minhas expectativas não eram muito altas. Quer dizer, é um livro de vampiros. Quem ainda não se saturou do tema? Depois de tantas obras com essa temática, achei que Dias Infinitos seria só mais um, mas não foi bem assim.
O livro é dividido em duas partes. A primeira, muito maior que a segunda, mostra a adaptação de Lenah à sua nova vida, além de intercalar o tempo presente com alguns flashbacks dela na Inglaterra ao lado de Rhode e seu coven. Esse começo é bem parado e extremamente clichê (a menina esquisita que chega na escola e desperta a atenção do garoto popular e a ira da namorada dele), mas a escrita de Rebecca Maizel te prende de tal forma que fica impossível largá-lo.
A narrativa é feita em primeira pessoa sob o ponto de vista de Lenah. Isso me incomodou um pouco, pois a autora insistia em tocar na tecla de que a protagonista não conhecia as coisas do mundo atual. Além disso, os flashbacks e a saudade de Lenah de seu passado era um tanto contraditório, já que essa vida nova foi escolha dela.
Os personagens foram muito bem construídos. Lenah não é a melhor das protagonistas, mas é uma garota decidida e, apesar de alguns dramas internos, é muito forte. Não é à toa que era a vampira mais forte do coven. Tony é extremamente divertido e um amigo fiel e Justin… Justin é um perfeito par romântico. No começo não gostei dele, mas conforme fui conhecendo seu íntimo, fui gostando cada vez mais.
Um ponto alto da narrativa foi a forma como a autora caracterizou os vampiros, evitando os clichês de dormir em caixões, água benta e alho. E, o melhor de tudo, eles não brilham no sol. Conforme mais velho o vampiro fica, mais resistência à luz solar ele desenvolve, mesmo que muitos não queiram se arriscar.
O final começa a se encaminhar quando a parte dois começa. A partir dali, Rebecca acelera o ritmo e nos brinda com revelações do enredo e muitas cenas tensas e de ação. Infelizmente essa parte é bem pequena e acaba rápido demais. Fiquei roendo as unhas enquanto avançava as páginas e, de repente, tudo acabou.
Estou extremamente ansioso pela continuação e espero que a Galera Record não demore a lançar os próximos volumes da série. Falando na editora, o trabalho com o livro foi extremamente caprichado. Gostei bastante da capa, achei que representou bem a protagonista. A diagramação é simples e a revisão está ótima. Encontrei alguns errinhos, mas nada muito gritante. As folhas são amareladas, o espaçamento e a fonte são ótimos para leitura.
Em suma, Dias Infinitos é um livro que foge do clichê apostando no clichê. Rebecca conseguiu construir um enredo de forma que nos prendesse até a última página, mostrando outro lado do vampirismo. Eu com certeza recomendo a todos.