Uma década atrás, 300 mil pessoas foram teletransportadas da Filadélfia para Oblivion Song, uma dimensão adversa e já habitada por formas desconhecidas e estranhas de vida. Durante certo período, o governo desembolçou dinheiro para que fossem feitas pesquisas a fim de resgatar seus habitantes.
Todavia, a falta de retorno de qualquer sobrevivente, juntamente com o grande risco que estava envolvido nesta missão, levaram o governo a decidir por cortar as verbas deste projeto, desencadeando também a prisão do cientista envolvido e responsável por essa calamidade, Nathan Cole.
O governo, que após a prisão do cientista tem a posse da tecnologia responsável pela transferência, tenta ao máximo reduzir os impactos do acontecido. Entretanto, o mesmo vê uma série de oportunidades nessa máquina, o que poderá acarretar em consequências ainda piores caso caia em mãos erradas.
Nesta segunda edição, que reúne os capítulos de 7 a 12 dessa história – criada pelo mesmo autor da saga The Walking Dead, Robert Kirkman – obtem-se novas informações. Escolhendo entregar apenas dados suficientes para que possamos compreender como ocorreu a transferência, como era tudo antes deste acontecido e de que maneira funciona está nova dimensão, o autor não se preocupa muito em detalhar.
O clímax da narrativa é quando percebemos como o significado de lar é subjetivo e varia entre as pessoas, juntamente com a percepção de como os dois lugares da história, por mais que distintos, moldam e alteram seus habitantes.
Por outro lado, os cidadãos que permanecem na Terra são preenchidos por sentimentos de medo e culpa, salvo aqueles que vêem em Oblivion uma oportunidade de recomeçar em uma realidade sem a corrupção, a desigualdade, os pré-conceitos e diversas outras questões negativas que estão presentes em peso em nosso mundo.
Como habitual, Robert Kirkman entrega uma obra com críticas pertinentes em seu enredo, além de uma estrutura coesa. Conforme sua obra, “The Walking Dead”, são levantados questionamentos apropriados, como: quem são, de fato, os monstros destas narrativas? Os que possuem instinto de sobrevivência? Ou de soberba?