Escrito em 2007, História de um Grande Amor é o primeiro volume da trilogia Bevelstoke, de Julia Quinn, que está sendo relançada no Brasil pela Editora Arqueiro.
Sobre a história
Miranda Cheever nunca foi a garota perfeita. O cabelo era castanho demais, reto demais e ela era tímida demais, inteligente demais. Isso fez com que a jovem garota fosse alvo de chacota de colegas de sua idade e crescesse sem a menor expectativa de um casamento, e olha que ela só tinha 10 anos. Mas foi exatamente aí que a virada aconteceu, ela se apaixonou. Ele era nove anos mais velho e irmão de sua melhor amiga, mas havia despertado em Miranda a certeza de que ela era vista e de que seus sonhos e vontades importavam.
Dez anos depois, Miranda segue apaixonada. Nigel, o amor platônico da nossa jovem dama, está vivendo um luto que não gostaria. Casou-se com uma bela jovem que pensava amar, no entanto descobriu estar sendo traído por ela e carrega o fardo da sua escolha mesmo após a trágica morte de sua esposa. Todavia, é chega a hora de Miranda debutar para a sociedade e por viver apenas com um pai que passa a maior parte do tempo dedicado aos estudos de Grego, Miranda é levada pela família Bevelstoke para debutar ao lado de sua melhor amiga.
Nigel, detentor do título de Visconde, é um ótimo apoio para jovens damas, por isso é intimado por sua mãe para permanecer ao lado das garotas e é nesse momento de grande proximidade, que acaba percebendo o quanto se sente encantado por Miranda, ao mesmo tempo em que se recrimina por pensar assim de uma garota que foi criada quase como sua irmã, especialmente quando a possibilidade do casamento sequer existe em sua cabeça.
Para Miranda, entretanto, essa é a chance de enfim conquistar o amor de sua vida ou de esquecê-lo de uma vez. Porém, enquanto desbrava os prazeres de ser correspondida, acaba descobrindo que viver esse amor vai ser mais complicado do que parece, já que o Nigel por quem ela se apaixonou está escondido debaixo da carranca que o Visconde carrega graças as suas desilusões amorosas.
O que achei
Julia Quinn consegue fazer com que nos apaixonemos pelos personagens desde o começo da trama. Ao apresentar uma protagonista que se sente solitária e é alvo de bullying de suas colegas, ela automaticamente faz com que a gente sinta a necessidade de proteger a garota e essa sensação vai crescendo ao longo da trama, especialmente após o envolvimento amoroso com Nigel, dez anos a frente.
A maturidade entregue a personagens masculina condiz muito com sua criação, sendo filha de um pai que sempre esteve mais focado nos estudos do quê na família, Miranda aprendeu a se virar sozinha desde a infância e buscou conforto na família da melhor amiga, que a recebeu de braços abertos.
Preciso confessar que estava um pouco assustada sobre como se daria o envolvimento do casal protagonista, no entanto a autora foi muito feliz na sucessão dos fatos. O Nigel foi um personagem interessante de observar, mesmo sendo dez anos mais velho que a mocinha e tendo sido criado para receber o título, ele guardava características mimadas de sua criação e sabia vivenciar o papel de vítima muito bem. Em alguns pontos da trama você só deseja que Miranda desencane desse relacionamento e o deixe largado as traças.
A gente percebe, no entanto, que esse livro é do início da carreira da autora. O desenvolvimento dos personagens não é tão impressionante quanto nos livros mais recentes dela, além de que a trama em si não é tão chocante. Achei, ainda, que o final é muito corrido e diversas situações ficaram sem respostas.
Tendo essas observações em questão, indico a leitura para quem curte romance de época, especialmente os mais leves e divertidos, com aquele romancismo carregado de drama. A narrativa da autora é fluida e leve, como de costume, e a gente se pega preso a trama logo no começo.
Façam essa leitura e depois voltem aqui para me contar o que acharam.