O Conto da Aia é uma distopia que narra como os EUA se tornaram a província de Gilead, um lugar onde as mulheres perderam todos os seus direitos e vivem como submissas aos homens. Ter filhos se tornou uma bênção, já que muitas mulheres perderam o dom de engravidar e como a nação precisa ser povoada constantemente, é necessário que alguém engravide. Por conta disso, as mulheres ainda férteis foram transformadas em Aias e designadas a casas de militares, com o único intuito de procriarem.
Offred é uma Aia. Ela vivenciou diretamente todas as mudanças e neste processo perdeu sua filha e o marido, dos quais não sabe mais o paradeiro. Ela está chegando a sua segunda residência e sabe que seu tempo está se esgotando. Logo ela precisa produzir um herdeiro, ou será levada embora para morrer com as outras não mulheres.
A nova patroa de Offred é Serena Joy, uma mulher que sempre pregou o quanto os homens são superiores e devem ser servidos por suas esposas. Não demora muito para a Aia perceber que a mulher odeia tudo que tem a ver com ela, mas realmente precisa de sua presença em casa, para servir ao Comandante e gerar-lhe um herdeiro. Mas mal sabe Offred que tudo aquilo em que ela passou a acreditar está prestes a ser revolucionado – e ela pode ser uma peça chave desta mudança.
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
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O Conto da Aia foi publicado originalmente em 1985 e já foi adaptado diversas vezes, sendo a série de TV do canal Hulu, estrelada por Elizabeth Moss, a de mais sucesso. Eu li o livro há alguns anos (resenha aqui), mas não tive estômago para ver a série, já que muitas das coisas retratadas nessa obra são bárbaras e cruéis. Então, quando a Rocco anunciou o lançamento da Graphic Novel, imediatamente fiquei empolgado, já que teria a chance de ver – de forma mais leve – um retrato dessa história que imaginei.
A edição está sensacional. A capa é de um material mais firme e resistente, mas não chega a ser dura. O papel imita a folha de revista, com uma gramatura mais alta. Todos os desenhos são coloridos, mas os tons de preto, branco e vermelho sempre se sobressaem. Além disso, o exemplar também conta com uma fita mimosa, fazendo o papel de marcador de páginas. Garanto a vocês que vale muito o preço.
O que mais gostei nessa experiência foi poder revisitar essa história e verificar detalhes que deixei passar quando li o livro original. Como assisti alguns episódios da série, alguns fatos em minha cabeça já tinham se embolado e eu não sabia o que era o que. A graphic novel está bastante fiel ao livro, retratando todos as cenas da trama e inserindo os diálogos mais importantes, que caracterizam a história de Offred.
Quando li o livro, não simpatizei muito com Offred. Sempre senti que ela era submissa demais ao que lhe foi imposto, mesmo que tenha vivenciado toda a mudança. Claro que ela tentou lutar e fugir no começo, mas eu achava que ela tinha aceitado fácil demais sua nova condição. Com essa releitura, percebi que meu julgamento foi precipitado e errôneo. Offred tem todos os motivos para agir como age e assim que tem a chance de participar da revolução, ela não hesita.
Em suma, O Conto da Aia configura no hall dos meus livros favoritos e essa graphic novel não fica por menos. Recomendo a leitura a todos, principalmente para os fãs dessa história, mas também para aqueles que querem se aventurar por suas páginas e ainda não tiveram coragem por quaisquer fatores. Vale muito a pena!