Oi, gente. Tudo bem?
Voltei hoje com mais uma resenha. O livro é presente da editora Novo Conceito e é a grande continuação de Estilhaça-me, que já tem resenha aqui no blog.
Livro: Liberta-me
Autor: Tahereh Mafi
Editora: Novo Conceito
Páginas: 448
Sinopse: Liberta-me é o segundo livro da trilogia de Tahereh Mafi. Se no primeiro, Estilhaça-me, importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em Liberta-me é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette. Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida. Uma metáfora para a vida de jovens de todas as idades que também enfrentam uma espécie de distopia moderna, em que dúvidas e medos caminham lado a lado com a esperança, o desejo e o amor. A bela escrita de Tahereh Mafi está de volta ainda mais vigorosa e extasiante.
“Há momentos em que é preciso decidir-se”
O enredo começa com Juliette refugiada no Ponto Ômega, tentando se adaptar ao novo ambiente. O lugar, que é comandado por Castle, abriga todo tipo de sobre-humano que esteja interessado em acabar com O Restabelecimento. Porém, será que Juliette tem estrutura para se ver cercada de pessoas depois de tanto tempo isolada? Com uma guerra prestes a se iniciar, nossa protagonista tem que aprender a usar seu poder e entender como beneficiar as pessoas com ele. O problema é que tudo está dando errado para ela.
Depois do final de Estilhaça-me, eu pensei que a Juliette estaria mais feliz, pois conseguiu escapar das garras de Warner e está se dando tão bem com Adam, mas não é bem assim. A garota continua achando que o centro do Universo é ela, como se ninguém mais tivesse problemas. Isso é um ponto muito negativo na leitura. Queremos saber mais sobre o lugar onde ela está, mas Juliette está sempre em um canto com pena de si mesma. Sem falar de suas constantes indecisões. Tudo bem, eu sei que ela sofreu muito no passado com o que as pessoas falavam dela, mas já estava mais do que na hora de ela perceber que nem todo mundo a julga. Ela sempre espera o pior das pessoas, até daquelas que querem o bem dela.
Outra coisa que não gostei nesse livro foi o rumo que Tahereh Mafi deu a Adam. Ele está completamente diferente do cara que conhecemos em Estilhaça-me. A autora desenvolveu um empecilho no relacionamento dele com Juliette, única e simplesmente para inserir um triângulo amoroso bem fajuto no enredo. Enquanto Adam está dramático e irritante, Warner mostrou seu lado bom, seu lado humano. Tahereh tentou nos fazer gostar dele, mostrou seus medos e seus dramas para que não o culpássemos por suas atitudes, ou seja, tentou humanizar o cara de uma forma bem clichê. Eu confesso, eu admiro o Warner e sua personalidade forte, mas a autora fez com que eu desgostasse dele.
Os únicos personagens que senti que foram bem-estruturados foram James e Kenji. James não aparece muito na história, mas toda cena em que está presente ele nos deleita com sua inocência infantil e sua doçura. Kenji foi o grande herói do livro, simplesmente ao dizer a Juliette tudo que nós leitores sonhávamos dizer: que seus draminhas eram irritantes e que ela era egoísta. Eu fiquei bem surpreso, pois não esperava essa atitude dele. Ele tem seu humor sarcástico e está sempre brincando, mas quando é pra falar sério ele sabe o que dizer. O cara mostrou a Juliette que se ela quisesse ser feliz, teria que parar de choramingar e dar um rumo na vida dela. Palmas para Kenji!
Quanto à escrita, segue a mesma do primeiro livro. Nós ainda estamos dentro da cabeça de Juliette, o que deixa as coisas mais tensas. O ritmo da leitura é tranquilo, mas os lenga-lengas da Juliette atrasam um pouco o decorrer do enredo. A leitura é divertida, porém a inserção do triângulo amoroso estragou um pouco a história.
Quanto à edição e revisão, a Novo Conceito fez um ótimo trabalho. A capa não ficou grande coisa, mas a editora precisou manter o padrão do primeiro livro e foi o que conseguiu fazer. Não encontrei nenhum erro gritante durante a leitura, só erros no espaçamento e alguns erros de digitação, o que pode ser considerado normal.
Enfim, se você curtiu Estilhaça-me vai gostar ainda mais de Liberta-me. Porém, esteja preparado para uma dose extra de drama da protagonista.
“O tempo está além de nossa compreensão finita. É interminável, existe fora de nós; não podemos ficar sem ele nem o perder de vista nem achar uma forma de segurá-lo. O tempo continua mesmo quando não continuamos.”